segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Da pedra à ilusão... A idade da equação



Amontoados prédios féretros. Estéticas pedras alinhadas, fétidas e sem vida. Suspensas em seus vazios, quadradas e confusas luzes pontilham o espaço projetadas em paredes flácidas e disformes. Um silêncio cego em sua escuridão. Janelas sem alma descortinam a paisagem assustadora das ruas, presas a placenta q as mantêm seguras e intocáveis, em uma solidão repleta de cabos, eletricidades e conexões. Ondas q cruzam os ares e lares, vagos e vulgares, numa rotina fria iluminada pela luz da televisão.

Sobre a mesa, quentinhas amassadas fazem esquecer o desejo da sobremesa. As paredes em suas penumbras riscam a sede em copos quebrados. Sem perceberem transbordam o próprio desbotado, lançando cinzas de um cinzento opaco no cimento armado. Buracos negros cobertos de coloridos banners a anunciam sonhos diante de varandas cheias de enfeites, flores sem cores e latas de cervejas espalhadas pelo chão. Varandas cobertas de sombras, repletas de dúvidas sem calor. Cidade bela em seu horizonte negro. Cercada de montanhas distantes e ruas vazias. Suburbana ilha sem vida e suas almas vendidas em diversos formatos, crediários e suicidas prestações. Não é difícil ouvir os sussurros das síndromes e pânicos passeando por debaixo dos planos, panos de fundo de uma sociedade afogada em verdades disfarçadas e plenas de ilusão.