quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Tremembé tremendão...

Por mais q se suma
nem sempre se assuma
no banho, na mesa,
na súmula só se soma.

Mesmo mantida
regulável distância,
se somente trisca
é festa de arromba...

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Acabou Chorare...

Quando a abelhinha cheia de mel
soletrou o beabá no bé do carneirinho,
comecei a sorrir a partir da ponta do pé.
De tanto sorrir acabei chorando... 






Acabou Chorare é título de um disco dos Novos Baianos, de 1972.
Tempo em q ainda se ouvia música boa no tabuleiro da baiana.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Banho de Bica...



Sentada à borda do bidê ouvia Dinorah fazendo crochê.

Precisava ver... O corpo doido suava remoendo pensamentos deprê.

Não. Não era coisa pra marquês ver. Nem caso de citar Duprat, o fato de cantarolar toda vez q esfregava o utilitário bélico, pra lá e pra cá, no estéreo, pelo incomensurável do vasto grelo.

Sem esboçar pressa fazia compressas na vulva com as partituras, apascentando visíveis rupturas no seu higiênico papel.

Sem noção da dimensão q causaria o rolo, misturava o imaginário, o popular e o Eros próprio da dita. No ritmo adequado à produção do mel adentrava o vigésimo céu tal e qual Jezabel.

Entretanto, no introito preparatório do grande mambo final, aquiescia com gemidos distônicos aos infames ditames impingidos pelo martírio de sufocar os gritos.

Conduzida a termo, olhar a esmo largado no trânsito dos trâmites.

Muda. Repartida. Engolia a seco o resto do prosecco e a saudade deslavada dos banhos de bica...








Dinorah é uma canção de Ivan Lins, compositor brasileiro
Rogério Duprat, mestre e maestro do Movimento tropicalista