quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Lixo prolixo...

Acabaram de jogar no lixo o título de eleitor
Agora estamos à mercê de nosso benfeitor
De modo discreto assistimos o incerto
Boquiabertos, mas politicamente corretos


PS: Jogue seu Título no lixo
ou o troque por uma causa nobre...

Tango temporal... Tempo real...

O tempo passa
Mas, nem sempre voa
O tempo tbem se perde
Em meio as loas, à-toa
Acende a chama
E lhe chama de boa
Tempo rei over day
Temporal rebento real
Seletas cortinas abertas
Esperta, ela desperta
Nem sempre releva
E se evela acima
Do bem e do mal...

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Pepe Legal... Baú berimbáu...



Ontem, ao acordar
Vi pessoas passando apressadas
Cruzando a rua do esquecimento
Com o largo do atrevimento...
Então me veio à cabeça
Um singelo questionamento:
Edson já era um Pelé
Antes mesmo do nascimento?
No instante seguinte
O vento minuano, um tanto soprano
Soprando me disse: Esquece!
Nem tdo é o q aparece
A vida não carece de prece
Ou qq esclarecimento
E sem pestanejar, logo emendou
Agora com voz tenor:
Feliz só jesus! Levou chicotada
Mas passeou sobre as águas
E no lombo do jumento


E ainda existe quem espere alento
Dando tempo ao relento no impreciso tempo
Benzadeus!!! Haja divertimento!

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Velas... Quimeras... Caravelas....

Ao içar as velas o olhar forasteiro percorreu toda a extensão da caravela ancorada em nuvens confusas e retintas no cinza q há dias cobria a luz, o sol e a primavera. Com o coração partido repartiu abraços e olhou para os lados sem querer partir. Pela primeira vez não sentia vontade se banhar nas águas adormecidas entre o mar e o lago. Cantando Mário Lago soltou seus cabelos e subiu as montanhas em caracol sem saber ao certo aonde ir...

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Desejos de primavera...



Não me interessa ser o q agrada teus olhos
Quero ser, apenas, o dom de lhe fazer sorrir
Renascer nos dias sendo teu desejo no meu
Tendo minh'alma desgarrada, inteira e atada
Em teus carinhos q afaga e redescobre
tons e semi-tons no cantico alegre do concriz

Ser a pele aquecida no calor de tuas pétalas
O cheiro q atiça. Cama q orvalha e enfeitiça
Ser e estar sem querer ser o super star
Florar desvirginando o q ainda lhe veste
Ser o q lhe reveste. Assim como a primavera
adorna a terra e tdo o q na flora aflora e enche
de cores, mundo afora, o mar e as margaridas...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Não resisto ao registro...

50 seguidores a gente comemora com champagne... Depois da primeira taça, com 51, começa a achar q tdo isso é uma boa idéia...

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Como cometas da anunciação...




Se o cometa riscasse o céu da boca, zigzagueando a calda incendiária e louca.

Se o corpo arranhado assanhasse levado pela correnteza, seguiria os rastros enfeitiçados de tua pele suada e acesa.

Lamberia o fogo q minha carne incendeia, beberia o sangue q o coração bombeia. Expeliria brasas. Respingaria teus átimos pelo chão.

Cravaria as mãos no teu rabo sem pensar nos estragos. Penetraria teu dorso curvado feito furacão.

Devassaria sarjetas iluminado por tuas labaredas. Esmiuçaria cada pedaço q minha fome devorasse, abrindo as portas de um universo em desconstrução...

domingo, 19 de setembro de 2010

impávido...

O ar q se respira, inspira
Instiga aflora a restinga
Desliza na suave cortina
Revira a retina do olhar...

sábado, 18 de setembro de 2010

Capte-me zapata... Mel del plata...



Estou para zarpar
Meu amor desfere na lata
Arregaça a massa na garça
Zapt flap deflagra golpe fatal

Capte-me camaleoa
Desate os laços q esta trama é boa
Ai eme sente sul gados regalos
Yoo andes tende brutus cus badalos

Sumos rumos cromossomos somos
Mia lady gaga em francas copolas
Engole o cravo. Arrepia alegria abissal
Zanzas zanzeira cristais eiras manero pau

Senta a pua na vesga viga crua
Amarallys falas de encarnadas travas
O mel del prata brota e bota na mão
Engata a dama na marcha da lotação

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Cânticos em ponto de mutação...




Pouco a pouco a penumbra q envolvia as asas da imaginação dava lugar a visão de cada um dos detalhes q sempre lhe fizeram bela. As pontas dos dedos agora deslizavam com leves toques a silhueta de seu rosto cada vez mais nítido. Olhos hipnotizados e mergulhados em olhos.

Desejos salpicavam flores a todo instante em cada pedacinho da pele, q àquela hora parecia respirar cada vez mais trêmula e acesa. Um jeito macio acalentava os cios. Um membro em riste anunciava a hora da erupção de um anunciado vulcão. No calor fizeram abraços. Com ternura alimentaram afagos. A vida começava a se fazer viva dentro de cada um. Um dentro do outro.

De repente, o q era fala se despejou no sabor das línguas. O q era desejo passou a sentir o delicioso gosto molhado dos beijos. Então, a escrita se sentiu tomada pelo perfume q ela exalava, incorporando a sua forma mais palpável, de uma forma q não sabiam mais se imaginar e nem se descrever um sem o outro.

E foi com prazer q rodopiaram como ponteiros bailarinos percorrendo as horas. No calor fizeram despertar estrelas em suas órbitas a noite inteira, e uma lua cheia podia-se claramente notar no brilho de seus olhos.

Nem precisaram de barco para navegar nas águas daquele momento. Deixaram-se levar pelas correntezas de uma onda forte q os levaram aonde bem queriam. Sorriam de um jeito intenso, imersos na mais profunda e natural alegria. Brincaram como golfinhos doces carinhos. Amaram-se em sonhos de fronhas e valsas. Em estado de graça adormeceram.

Qdo o dia nasceu sentiram q ainda se amavam e os sonhos ganharam vida, nos gestos e na maneira q começaram a olhar um para o outro.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Interiores blitz... Ritz and hit's...




Noites de hotel. Dias ao léu.

Da janela olho estático a silhueta dos prédios. Transeuntes passam com suas rotinas diante de minha retina. Observo o instante, mas ele me não diz nada.

A cena é fria. O tempo incerto.

No outro lado da rua os ventos sopram desconexos. Respiro fundo o movimento de meu pensamento, em redemoinho, a vasculhar o deserto. Por um instante a saudade ilumina minha confusa retina.

Queria não ser esta ilha a deriva. Mas sou.

O mundo gira cada vez mais ligeiro. Retomo o fôlego e sigo adiante sem saber o q me espera. A garoa insiste em esconder a luz de um sol sem calor.

Tdo se faz quieto na poesia deste cais de águas sujas. Ao meu lado cinzas de pensamentos abarrotam a xícara de café transformada em cinzeiro. Mesmo fragmentado insisto em ser inteiro.

Portos nem sempre são alegres para forasteiros...

domingo, 12 de setembro de 2010

Vôo cego... Espasmos violoncelos...




Com os olhos vendados
Ela percorreu um mundo
Desconhecido e encantado
Mergulhou em cachoeiras
Subiu e desceu ladeiras
Deu sobressaltos
Escalou montanhas tamanhas
Antes tristonhas, com sua aranha
Astuta lambeu bordas agudas
Gigantes botas agulhas

De olhos vendados
Ela se viu sem roupas
Saindo da crosta
Enxergou o q não atrevia
Atreveu-se até no q não sabia
Sorriu ao sentir seu corpo riscado
Deu pinotes como se dançasse xaxado
Amou... Devassou delírios aos gritos
Com as carnes em brasa abriu as asas
Num vôo lírico, em bicos colibris


Justiça seja feita. Qdo amanheceu ela não tirou a venda
Sentia-se bela e refeita...

Sir siriri... Mary top top...




Entre a razão e a emoção balança o pêndulo trêmulo das reações. No vai e vem percorre os trilhos e os sentidos de sua auto-concepção. Apesar da disparidade entre a ponta do iceberg q vem à tona e o q se esconde na região bestial.

Somos sequência e consequência de uma sociedade amamentada em leite azedado. São tantas cátedras, tantas táticas condicionadas, tantas estáticas tingidas, q me pergunto: afinal de contas, aonde queremos chegar?

Nesta peça de atores apáticos e pouquíssimas estrelas a claque aplaude sentada na merda.

A assistência finge q concorda. Os q acordam são facilmente teleguiados. Alguns silenciosamente discriminados. O q não serve colocado de lado.

Na loja de conveniências reagimos e assumimos posturas de acordo o figurino politicamente discreto. Tdo justifica a posse de uma apólice q nos garanta um elegante e seguro statos quo.

Como diria Zefinha, cujo ofício era vender mandioca na feira: Isso no cú fede!

Entre a razão e a emoção oscila o pavilhão desfraldado da vida. Desencana e se solta na dança! Se não há sentido, pq justificar? Adianta polemizar?
Toda noviça, além de rebelde, será sempre efêmera na pista. Só não poder dar na vista. Nem ser vista como Mary, q até hoje é pop, pq engole sem cuspir...

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Ciranda cigana. Amores de Bergerac...



Cinira era regada a regras e cirandas.

Educada nas nuvens, respeitado os limites de seu horizonte, sem dar trela às previsões de Nostradamus, atravessava viris madrugadas dando play em “my way” no smartphone.

“e agora q o fim está próximo, eu encaro meu desafio final...”

De tão calejada, Cinira não tinha nome. Apenas codinome.

Por vezes era cynara. N’outras cigana. Na maioria das vezes, deliciosamente mundana, vestia-se colorida para dançar ciranda.

Sorrisos de nuances “buchanan’s” faziam suas pernas virem à tona. Realces bordados no algodão, e um colo de “babar” recheado de obladis e obladás e ótras cositas más”.

Consumida por amores clandestinos vividos nos arredores de Bergerac, Cinira repartia um duvidoso romance de contos e farsas com cyrano. Bom partido transformado em bom marido, com quem repartia o lúgubre de seu lúdico caminho.

Quando adentrava os aposentos, por um momento liberta das amarras de seu martírio particular, Cinira tocava as carnes com doçura.

Gerúndio d’um prazer genuíno. Quase ingênua, quase infantil, redescobria-se entre cobertas, coberta unicamente pelos sentidos.

Entre amigos dizia curtir Coldplay.
Só assim poderia, tantas vezes fosse preciso, no aconchego, em sossego, dar seus replays em "my way”.

Só eu sei...




Feminina...

Nem deusa nem sereia
Há em seu olhar
Um apalpar q incendeia
A pele nua na areia
Clareia, por inteira,
no brilho de viço aluá...

sábado, 4 de setembro de 2010

Tomos ditongos... Melodias caipiras...




O aroma metálico da música de Pat Metheny desestrutura toda a minha tentativa em organizar os pensamentos. A ópera desalinhada de suas afinadas partituras se depara com a minha contradança repartida e solta no meio da rua. Nota por nota a melodia desfia fios em meios fios, desafiando a lógica e os caminhos da minha desorquestrada loucura.

Parte de mim mastiga meu coração já em pedaços. A outra metade trafega o absurdo de mais um dia assustadoramente calado. O q fazer se a alma indefesa desfralda a vida sobre a mesa, e com a mínima destreza resolve circular atrevida por entre as perdas e enganos? Nada há para se fazer. Mto menos o q temer. Responde de bate pronto a batida seca do querer.

Tomos ditongos arrepiados hablam tamancos. Aos trancos e solavancos Havana suspira desejos caipiras no peito americano do norte no sul. Olho para um céu sem estrelas e vejo refletido no espelho da bandeja, q por trás da cortina de nuvens tdo continua azul.

O piano refaz os planos e as rotas. O solo da guitarra percorre as notas e o perfume de lágrimas desferidas pelo sopro da gaita sobre a ferida. Embora vil, não há pecado nas clarineta e nem no metal do capital. Nada mais banal. O q ninguém soube e nem viu foi a música em festa perfurar arestas como uma flecha. Devassa. Surpreendente. Inquieta.

Carregando um cesto repleto de frutas suculentas e maduras, a santa serelepe chupa o caroço da manga sentada no pau de sebo. Aos beijos ela lambe os beiços e as veias numa via de mão dupla. Banhada de leite ela proclama-se profrana e sacra, derrubando cada uma de suas cruzes.

Bebo o suor q jorra da turva fronte. Escalo montes e montanhas além horizontes. Sigo adiante na tentativa de descobrir aonde brota o olho d’água de sua nascente. No silêncio do cais só me resta sorrir. Nada mais. Nessa hora os dedos Pastorius deslizam nas cordas do contrabaixo, despertando incompreensíveis ruídos no casco do barco ancorado. Logo mais o dia nasce, anunciando a hora de partir...

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Bê a bah pê aga dê... Lata foligata...


O q é claro reluz. O q é natural induz. Os ritos não precisam de mitos. Assim como a verve escorre sem se alimentar de gritos, os agitos são brilhos q pipocam e dão sabor a pele. Depois da inteligência artificial nada mais deveria surpreender. Até o q se articula sem falas, mas q a mente sorridente exala ainda q tente esconder. Por mais q se interprete verbetes e codinomes codificados, tdo permanece gravado na calada da noite em q a musa nada muda se rebela na passarela.

Mesmo q as lentes pesadas da desilusão insistam em decifrar a confusa equação, nem tdo é tão fácil de resolver. Nem sei se tem pq. Por quem os cílios dobram é outra história q eu ainda penso em descrever. No planeta terra tdo invariavelmente deságua nas águas do q haveria de ser. No meio do quarto a menina continua dançando com seu invisível bambolê e Salomé nem desconfia, mas do lado de lá é grande a fila de cabeça querendo se perder.

Quem me salvou morreu de overdose tocando guitarra. Jimmy geme na cachopa sem roupa. Graças a ele meu coração continuou ateu. Se bem q ele gostaria de estar mto bem atracado ao teu. Tem dias q acordo caçador. Em outros amanheço deitado num andor sem pensar em vestir minhas calças.

Viver definitivamente é uma cachaça. O q complica é navegar neste oceano empestado de fariseus. Toca o sino e chama o síndico, Zeus e belzebu. Eu não passo de um brucutu a girar pelos polos exóticos q compõem os trópicos deste continente in blues.

Nunca gostei de usar carteira. Meu RG sempre está em algum lugar q eu nunca sei onde fica. Meu título de eleitor, q horror, se perdeu numa revista no aeroporto de Cumbica. Minha identidade é uma verdade q não necessita de assinatura ou certidão. Tenho tdo na palma da mão.

Nem sempre pareço ser o q sou qdo abro minhas asas de sonhador. Nessas horas me encho de graça. Minh’alma não ilude e nem disfarça q assume os vícios q embriagam. Por vezes me valho de adereços, mas não preciso de pretextos para dançar na folia dos textos pê aga dês da foligata. Em cada linha um trem desalinha no afiado olhar de sua faca. Com precisão cirúrgica constata o q há tempos Fernanda nada young com seu swing cantava: a verdade, meu bem, sempre acontece na lata.

Que danada arretada!

Óbvios nódulos... Operandi modus...


Por acaso o mundo seria mais lúdico sem as famigeradas meias palavras? Para q serve palavras q não falam?

Palavras entrecortadas a gaguejar em bocas q se fingem santas. Afogadas nas espumas sem ter o q dizer. Sílabas perdidas em meias palavras. Fingidas. Surradas. Sussurradas de maneira devassa.

No jogo da velha o pulo é mais q sobressalto. Ela sabe q no lodo não se finge de morto, nem se cobre o cu do mundo.

Como seria se, num passe de mágica, a humanidade liberasse suas máscaras?

Doravante o instante existiria no estopim do rompante. Virtudes aos balaios. Sentimentos sem ensaios. Tudo tão exato q afugentaria os males. Os puristas e suas meias verdades, na penumbra da intimidade, se assustariam com a disciplina de suas maldades.

Se porventura as meias palavras acabassem, quem sabe o mundo explodiria no apocalipse dos ciúmes e das crendices. Traições e vigarices. Não existiria nem o certo nem o errado. Existiria o fato. Fosse ele definitivo ou abstrato.

Ninguém se arvoraria detentor da verdade. A mentira, por falta de uso, daria lugar à beleza da cumplicidade.

É certo q nem todos sobreviveriam. Alguns desistiriam. Os loucos se atreveriam no existir na claridade dos contrapontos, na possibilidade de encontros e da felicidade.

Mtos, enfim, entenderiam q luz não se define nem se comprime em meias palavras. Na escuridão não se revela a intensidade de sua monstruosidade...