segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Linha da vida...


Bato em sua porta. Ninguém atende. Em q planeta ela se encontra agora? Será dá saltos no escuro de encontro ao muro ou voa no rastro de algum cometa?

Diluída em fumaças lunares de órbitas surpreendentes... Ommmmmmmmm

A carcaça de um brucutu atômico, em vão tenta abrir clareiras na floresta de seu universo lacônico. Não adianta o bem me quer, se o mal tbém me quer...

A tropa blindada sobe o morro do alemão. Será q um dia assume seus complexos sem nexu? Solipsista, ela dá voltas na pista soprando flautas com seu soprano de ave solista. Inquieta trapezista e seu circo ambulante em busca de platéia.

Na borda do barco, na beira do cais, nos rastros de vida deixados para trás.

Sai não sai. Vai não vai. O q fazer? O q falar? A quem pedir socorro seu moço? Todo dia bato em sua porta sem resposta. Todo dia ela tenta, mas o resultado é sempre igual. É tdo tão perto e distante em seu horizonte...

- Dá meia volta menina e faz a roda girar na ciranda. Vem sentir o prazer de adormecer sobre a mesa recheada de docinhos e carinhos. Mergulha sem medo. A vida pode ser um sonho sem segredos.

Na linha do equador a madrugada bêbada se equilibra. Enquanto passarinhos dormem, a floresta entra em festa. Entre um e outro resiste a linha tênue do alvoroço. Sem estardalhaço a vida traça os estragos q ainda não se vê...

 

Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), é caracterizado pela desregulação emocional, raciocínio extremista (inexistência do meio-termo) e relações caóticas. Pessoas acometidas possuem ataques súbitos de ansiedade, humor instável, assim como sensações de irrealidade e despersonalização. Tendência a um comportamento briguento acompanhado por impulsividade autodestrutiva, manipulação e chantagem, conduta suicida. Sentimentos crônicos de vazio e tédio.

A maioria dos estudos indica uma infância traumática de abusos, sobretudo sexual e emocional; separação dos pais, ou a soma de ambos. Muitas vezes são vistos como "rebeldes", "problemáticas" ou geniosas. O limítrofe é confundido com depressão ou transtorno afetivo bipolar.

Pelo fato dos sintomas eclodirem na adolescência, os familiares supõem se tratar de rebeldia própria da idade. Estima-se que 2% da população sofram desse transtorno.”


Fonte: Psicosite

sábado, 27 de novembro de 2010

Retrato calado... Polaroid speechless...



Noites de hotel. Farto de hotel escrevo nas paredes desse quarto, em noite de quarto de lua. Enquanto parte de mim se despe nas paredes, a outra metade olha a cidade pela janela sem pensar em nada. Abarrotado até a tampa, encho a xícara e aqueço a boca com as sobras do pó de café. Nada mais me causa desespero. Nem atropelos e nem as vontades do teu cheiro, qdo danças eriçando os pelos.

Ouço Lady Gaga desmanchar as cores desarrumadas na emoção. Não ter saída nem sempre é a saída. Mi lady não gagueja. Qdo bebe acende o pavio e rasteja por entre sussurros os gritos desarvorados de seu amor bandido. Como uma Lady Chatterley se perde na floresta de uma cidade baixa, a desejar q alguém faça morada em seus seios.

Os sinais de fumaça cobrem os céus. Nuvens esparsas não chovem, por isso não molham. Nenhum sinal de terra a vista. O horizonte parece q cada vez mais se afasta de mim, sumindo em algum ponto distante. A bela adormecida só enxerga o lobo mau. Nada mal para quem já atravessou tanto lamaçal. Na boca do lobo a cinderela dá seus pulos. O cachorro vira a lata sem medo do pulo da gata e nem dos tiros dado no escuro.

Os dados continuam a rolar. Agora correm ainda mais ligeiros. Olhos ainda encantados com a visita envelopada do Sir assistem atônitos o circo pegar fogo. Sem saber o q fazer cruzam as ruas sem ter para onde ir. O danado é q ninguém se lembra mais onde guardou a chave q abre o cadeado da porta de saída. Putz Frida! O Rio está vermelho com suas próprias chamas. A china faz propaganda de braços dados e cada vez mais unidos. É a contra cultura da fartura em evolução. ZigZagZigZagZigZagz ig argh! Carro desgovernado na contramão.

Saudades de Tim Maia. Porra, seu síndico! Dê um único motivo para q o dedo em riste não acione o botão da derradeira explosão. Estamos inertes esperando q o diabo nos carregue. Submersos na noite q traz à tona a lama da grande dama. Credo sem cruz! Ela está nua e vazia. Ainda bem q o rio continua lindo. Apesar das flechas enfiadas no peito, o mendigo com fome saliva o verbo na ponta da língua e ejacula verdades na sua cara lavada. E vc não diz nada, pq não sabe de nada. Fica zanzando pela sala a procura do bem-estar q mudou de lugar. Espantada, a cidade assiste a tdo com suas asas quebradas.

Sem entender nada o índio levanta o braço e lança o tacape contra esse espelho q só reflete frases pelo avesso. Fecho a janela com seu brilho ainda ofuscando meus olhos. Pelas frestas vejo descer a rua de jeans apertado, cabelos cortados e metade de seu corpo manchado de mentiras.

sábado, 20 de novembro de 2010

Cyndi craw é foda...

Terremotos, maremotos, tremores
A natureza em suas óperas e tons musicais
Linha fronteiriça de tdo o q atiça
A malícia original sem recato,
Onde pecado seria não sentir
O impecável sabor q ela tem, qdo vem
Com sede, pedindo para pecar
Verbo inexistente em terra de sabiá
Por isso ele vive a voar com seu cantar
Atravessando fronteiras. Porteiras forasteiras
Ela vai... Ele vai... Avohai, a voar...

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Morde aqui... Meia volta revolver...


Um dia morderam meu dedo pensando q era de borracha. Claro q não era! Doeu e fiquei uma fera. Na verdade entro facilmente em estado de choque. Mas não sou rosa choque. Acho q é a eletricidade ou curto circuito natural da idade...

A bem da verdade, não se cura insanidade. Nem o tempo se segura, pois ele só corre, corre, corre. O tempo todo corre, mas nada lhe socorre. Será q ainda comove? Só quero prova-lo e deixa-lo a vontade, para que me prove antes de chegada a hora de partir.

Enquanto nada se resolve ouço tomorrow never knows. Um estampido de Revolver me acorda. Sacode para bem longe, onde não ouço pagode, na harmonia de seus acordes em dó maior, em si. E a alma se põe a sorrir. Mas não morde aqui, pq dói pra cacete!!!

Ao sabor da tempestade...




Adormeço. Acordo no halo do vale da minha morte.

Saio do feto e me ponho de pé entre suas montanhas vistosas.

Caminho pelo sopé encoberto pela mata, como quem se põe aos pés de uma fêmea celibatária deitada sobre um imenso colchão verde de florestas.

O instinto segue sem direção. Às vezes sem olhar onde piso.
Nunca cantei o q será. Até hoje não sei o q farei, nem o q direi qdo a encontrar.

Meus caminhos sempre foram incertos.
Meus flancos nem sempre se mantêm abertos.
Deles extraio o oxigênio viscoso do viço q dá vida a meu corpo.

Ligo o rádio. Ouço o cheiro da tempestade anunciada.
Abro as janelas para q ela se sinta a vontade na hora de me invadir. Por fim abro a porta e me entrego à espera de q ela resolva passear por mim. 

Quando vem despe minh'alma com suas águas e desfaz tdo q não lhe serve. 

Pela janela vejo a verdade da cidade em chamas.
Lá fora a vida me chama. Passo as mãos pelo meu rosto preguiçoso.
Ela percebe, me bebe e depois vira de banda.
Entro no chuveiro e lhe banho com perfumes de lavanda.

Antes de sair beijo o bilhete q deixo sobre a cama...


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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Cristalina...

Quase todos os dias, qdo a tarde começava a dar sinais de despedida, ela abria a janela e olhava a rua com seus sentimentos transeuntes passando apressandos pela neblina de sua retina. Parecia até película de um filme em rotação alterada. Não era uma pessoa de se sentir derrotada com facilidade ou frequência. Tinha seus instantes e tbém uma certeza de q nunca seria tarde demais.

Como sempre fazia acendia o cigarro e fumava lentamente. Deixava os pensamentos percorrem seus sentimentos. Até mesmo aqueles q faziam corar seu rosto, de tão indecentes. Bem no fundo era o q queria, mas temia os transtornos q eles provocariam, caso um dia resolvesse vive-los. Naquele curto espaço de tempo era o tempo q queria. Era o seu momento, por isso se permitia.

O q não imaginava, contudo, é q do outro lado da calçada, quase dobrando a esquina, dois olhos na surdina acendiam o desejo no brilho do seu olhar. Sabia q não era mais uma menina, mas vivia com os sonhos mágicos de uma aliança encantada, q a conduzia como a uma princesa pelos bosques de um prazer q começou a povoar qdo ainda era criança.

Sabia voar. No entanto nunca ultrapassara os portais da janela. Sentia-se bela apenas por provocar pensamentos. Na janela vivia por alguns momentos a extrema ousadia de se sentir sem máscaras e medos, até o cigarro sumir entre seus dedos, anunciando a hora de colocá-las outra vez.

Apenas...

saudades
do q éramos
qdo apenas
íamos sem nada
pela estrada
afora quimeras.

bela enlouquecida era
quereres e prazeres
sede de bêbados
dançando tangos
safados, engalfinhados
em mambos.

Longos ditongos
um bem um tanto carnal
reverso em verso banal
anexos na mente, solamente,
simplesmente teu
meu universo total.


domingo, 14 de novembro de 2010

Sinfonia carioca...



Cintilar. Bola de cristal a flutuar no ar
Olhos caracóis, brilho de anzóis noar
Despem paraísos. Abrem-se sorrisos
Misturando viço às folhas da manhã

Às vezes coralina em estridente sim
Às vezes fecha os olhos. Silêncio e solidão
Borboletas voam soltas pelo seu jardim
Serafins serenam sonhos em sua mão

Carioca cor morena, pé de laranjeira
Mel de abelha em fresca pele hortelã
A dançar sobre o mar, seus cabelos
Arrastam rosas em sua boca de maçã

Desvendam-se mancebos, segredos arlequim
Quem sabe a sonhar com outros carnavais
Mais e mais, ela vai, a cantar sem medos
Molhando desejos com seus temporais

Interferência sobre a "Mulata", de Di Cavalcanti

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Sucos de uva em tempos pré sal...

A saia continua a subir cada vez mais justa. E nem é preciso de linhas para costurar sua bainha. Não é de hj q sai da linha sem se importa com o tamanho do trem. É tanto vai e vem. É tanto disse não disse, q beira a tolice alguém se preocupar aonde tdo isso vai dar. Madagascar já se acostumou com a ocupação milimétrica do seu espaço urbano. Eu me dano sem causar danos, mas já não me engano com a espécie humana. Assim como o Rio, tdo continua rindo. Todos continuam indo em direção de seu desorientado oriente, iludidos pelos sorrisos, colorido das fotos e promessas de paz universal.

Well... Well... Well... Vivemos numa grande torre desenhada em um pedaço de papel. Charles Darwin comeu o bife q o diabo temperou na chama q encobria o olhar, mas não titubeou qdo analisou o interior e percebeu q em cada espécie existe uma seleção natural. Nada mais animal.

Pássaros não precisam de avião. Tartarugas não têm pressa de chegar. Botox esconde temporariamente as rugas. No mais, tdo é intriga da exposição exagerada de fatos q,em nada traduzem o estado emocional da nação. Talvez seja melhor pegar o sol com a mão ou sobrevoar os céus de Bagdá, só para ver o movimento das bolsas em mãos prostitutas com crises de terceira geração. Será q ainda sorririam se soubessem, de antemão, q nem tdo faz sentido e nem se resolve no grito? Na Ipiranga as carnes vivem à margem. E flácidas. Seria até heresia falar das estrias, pois a mentira já nem precisa freqüentar a academia para alongar suas pernas curtas.

No menino deus a perua fecha os olhos qdo enxerga o próprio hospício. O ouro é preto por ser coberto de lama. A dama faz drama em câmara lenta para compor a cena, nem se preocupa se tapa o sol com peneira. Qdo abre a boca só sai asneira. O q ela quer proteger é o próprio umbigo. De tanto passar gelol o tapinha não dói no dodói.

Debaixo dos lençóis vazios, os ratos já não têm roupa para roer. É final de festa e já não teremos primeira dama. Chega de tanta tolice. Very well mesmices. Beagle or not to bife. Um dia o macaco irritado levanta o braço e todos saberão a odisséia q existe no espaço q bravamente resiste entre as teclas, a tela e os desejos iluminados pelo computador. O máximo divisor comum não é comum a todos. Que horror! Decompõe mas não depõe nem contra ou a favor.

No reino da Mama Doc não existe salvação. Do mesmo modo na casa do senhor não existe satanás. É sempre o mesmo balanço de vai não vai. Triste país q só encontra solução na região abissal. Silvio Santos há mto tempo nem está aí. Miami vice e varre a sujeira desde os gloriosos tempos do over night. No baú da felicidade o q mais se encontra é falsidade. E nem é uma questão de idade.

Saramago, a cegueira se torna absoluta, qdo já nem se enxerga a própria verdade. Depois reclama q tdo parece ter um gosto amargo. O resto já nem conta. Fica por conta da vaidade em exibir e apalpar as próprias carnes, com seu espírito nada santo, diante de qq pressuposto de um suposto cristo redentor. Presa em sua cruz, ai jesus!!! É tanto sobe e desce, q até parece criança brincando de iô iô.

Ao sair apaga a luz... Faça o favor!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Arribaçã... Ribanceiras... Manhã...

A manhã passou tão rápido. Quase ninguém percebeu qdo entardeceu, deixando saudades e vontades q amanhã a manhã voltasse outra vez. A noite se vestiu de seda e pura insensatez. Beijou o céu de forma louca com sua boca e dançou apaixonadamente com as estrelas, como era o seu costume de fazer florescer lumes nas folhas do alvorecer...

domingo, 7 de novembro de 2010

Costurando pontos...

Nem sempre acredito em contos, assim como não conto com contos de sonhos de fadas. Na verdade conto, ponto a ponto, todas as delícias de cada encontro, qdo, ouvindo o canto de quem lança a chama e com encanto acende a cama, onde sem nenhum espanto os corpos se derramam em sorrisos e silenciosamente dizem o qto se sentem amados.

Ah! Vida sem caroço! Dizia o moço ao olhar as tantas esquinas mal iluminadas...

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Duras molduras... Iluminada cegueira...



Algumas coisas fazem sentido. Outras nem tanto. Algumas, contudo, como por algum encanto nascem sem precisar de raízes; e se espalham de tal maneira pelas paredes d'alma feito ramas trepadeiras, q ficamos incapazes de perceber sua exata medida. E justamente por sua inexistência, naturalmente se faz sentir povoando os poros, ocupando os espaços por todos os cantos em q se percebe o mínimo sopro do possível.

A vida por uns instantes parece ouvir um mantra. Embalada em incontroláveis bailados abraços costura invisíveis laços nas cantigas a dançar cirandas diante do olhar. Sem se dar conta em q fase a lua se encontra respira o cheiro da onda. Sem buscar entender o pq de repente todos os dilemas desaparecem no q parece ser uma grande festa, e nada mais resta, senão se deixar levar...

Quem haveria de explicar a magia q faz nascer o dia dentro de cada um? Quem haveria de entender a escuridão neon da noite, seus rompantes ácidos e doces lampejos açoites?

A todo instante zilhões de órbitas trafegam simultaneamente em colossal desordem. Cada um com sua ilógica forma de encarar a própria loucura com indisfarçável ternura. Independente a tdo os passarinhos cantam. As cobras serpenteiam diante de espelhos suas línguas bifurcadas, a apontar seus venenos em todas as direções.

Saúvas salivam salivas. Salve-se quem souber! Já não há salvo-contudo para quem não veste o luto e nem acredita na lógica patológica dos deuses. Em módulos panfletários a audiência preenche cada um dos quadrados com sua demência e gritos de ordem cada vez mais ululantes e ensurdecedores. Olham sem espanto as portas de saída trancadas com pesados cadeados. Marcha soldado de volta para o quartel. A ilusão não necessita de anel. A emoção não se registra em papel desgovernado no trânsito de um rodoanel.

Senhores passageiros ocupem o vazio de seus luares, pois a noite é uma criança parida sem cordão umbilical.

Entra ano e sai ano, e nada do ovo da serpente se partir. Nada mais causa espanto neste admirável mundo louco. No oco do côco tem a lama onde dama se lambuza e saboreia o próprio drama. Em sua cama, depois q retira o disfarce ela respira fundo sem fazer alarde. Já não recusa os olhos q lhe desnudam. Na penumbra do quarto, com seus braços estendidos sonha diante de um cristo adormecido e longe, mto longe de ser o seu redentor. Ela pensa q engana, mas nada a segura qdo seus olhos se fecham e, enfeitiçada, mais uma vez se lança na esperança de um dia ser feliz.

A justiça é cega. A fé cega. Cega, ela não se apega, mas esfrega na pele o q lhe resta de ilusão.