sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Conto quase infantil...




Depois de passas horas e horas às voltas com o pensamento na baia, cheio de besouros na cabeça, o cavalo crioulo viu o focinho do porco refletido na bacia em q a égua costumava se banhar.

Por mais cruel q fosse, o mastigar da alfafa trouxe à baila o sorriso oco do amor cego ilhado no próprio escuro.

O pirilampo, q a tdo assistia com ilibada fidalguia cobriu a bioluminescência e retirou a poeira das patas na porteira q demarcava os direitos da casa grande e os limites impostos à senzala.

Quando tdo fez-se breu, vaticinou: nada há de surreal neste mundo. Por mais imundo q possa parecer.

O carrapato, parente próximo do chato, oriundo e criado no mesmo escroto, tratou de alerta o piolho. Este por sua vez fez figa, mas continuou de olho no molho da filha da ursa.

Não menos astuta, a pulga, na defesa das benesses da mordomia, passou a lavar a égua e fazer fofoca da porca à sua mui amiga foca.

Desde então, ao curtir a baia dos porcos, a marmota abaixa a guarda para todos os santos. Pacientemente aguarda subir a crista, para ter seu perfil refletido nas águas do Guaíba sutilmente represadas na bacia areada com areias vindas de Copacabana.

Moral quase impessoal da história:
Quem tem garupa boa costuma selar boas amizades.

No usufruto dos frutos do horto coube ao bobo roer o osso e zelar pelo brilho do fosso; manter sempre à vista a vista grossa; e a expressão facial condizente com a leitura torta...








O cavalo crioulo se originou do Andaluz. Geralmente criado livre, qdo chega à idade adulta costuma ser domado.

Montagem sobre trabalho “horse in fog”, by zethara