sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Leque moleque...

Leque salamaleque
Zumbaia arriba a saia
Pulsa leque na mão
Dança feito uma oração
Batendo ventos
E a emoção
De um jeito moleque

Com seu leque
A maestrina conduz
Uma orquestra de retinas
Menina respira poesia
Samba vedete sem breque
Nobreza vício mulher
Ar puro da inspiração

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Imagen en blanco...

Rosada color en rosa
Encantos y contornos
Formado en su colinas
Mujer en cuerpo de niña
Una paisaje desnuda
La felicidad
Y su magia despierta
Encubierta en blanco

Balas... Balacos... Bacos...

Estou estando indo sereno
Contemplo o porto e o corpo
Solto e sem amarras
Sem ressalvas amargo amalgama
Aos poucos se esvaem e vão
Com os ventos no vão do tempo

A poética chama embala
Saudades a todo o momento
Olhos abertos correm trem-bala
Amores rastejam solos
Colam odores em seus colos
Soltos no mesmo vento

Ainda incerto, o feto voa ereto
Querendo se aconchegar...
Quem diria haveria rima mais clara
A boca ainda rouca balbucia
O q não precisa de fala
E se faz... E se fez... E ficou...

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Cada um... Zum zum...



Cada um tem seu jeito, a despeito do relutante jeito afeito aos tantos atrativos coletivos, nem sempre de substanciais relevos. Assim passamos o tempo balbuciando pronomes e exaltando provérbios de infinitivos verbos, oferecidos em trôpegos versos, no atacado e no varejo.

Gritamos nomes diluídos em codinomes. Saltamos sílabas q nos revelem por inteiro. Alardeamos adjetivos diante do aturdido sujeito. Conjugamos orações e construímos pontes de exclamações objetivas, apesar de rarefeitas. Com efeito, cada um vive condicionado ao bater do próprio peito.

Era uma menina singular em seu jeito de adorar coletivos. Misturava-se entre eles com uma rara suavidade, incomum a quem circula por esses meios. Sabia q seu jeito despertava curiosos e indisfarçáveis olhares naquele ambiente diferente ao seu. Encostada em algum ponto de parada, era seu feitio mostrar-se fragilizada, cruzando estrategicamente os delicados braços sobre os seios.

Desse modo, pensava ela, impedia as inquietas pontas de exporem toda a generosidade de seu corpo e sua trama. O máximo a q se permitia, até por não poder conter, era salivar com seus lábios o prazer de sua deliciosa maldade, disfarçada em olhos exageradamente submissos e um perverso jeito angelical.


Cada um aguarda pelos desejos de um modo q até um deus duvida. Cada qual encontra um jeito de esconder e proteger os próprios defeitos. Assim seguimos leves, intrépidos e vulneráveis aos deuses e demônios da vida

Com o movimento dos coletivos abriam-se as janelas dos pensamentos. Ela fechava os olhos, deixando-se leva pelo odor dos agitados corpos, alguns deles suados, encostando-se ao seu. E o tempo seguia. E ela sentia o volume dos falos e seu desfilar em procissão. Alguns faziam considerável pressão. Outros, mais atirados, vinham acompanhados de inseguras mãos. Cada um em seu diapasão, conforme cabia a cada um se deixar levar pelos impulsos daquela inusitada situação.

Cada um tem sua forma de sonhar, de fazer despertar a aurora e o aroma da amora. Pouco importa se obtuso, claro ou escuro. Cada qual segue o absurdo de sua rota. Qdo não desbota diz: bota! E o mundo segue indiferente a tdo o q possa nos compor. Cada um tem sua maneira de abrir ou de fechar a colorida caixa de pandora.

Enfim o soberano rei tomou posse de seu território. Como sempre se deixou explorar. Pressionada entre o musculoso ombro sem rosto e o corpo abençoado daquele q se fazia seu dono, ela se permitiu escrava de um prazer intenso e coletivo.

Afinal conseguira seu objetivo. Sentia o membro rijo esmiuçar suas nádegas, fazendo sua alma vibrar de um jeito escarlate. Sorriu timidamente. Talvez tentando disfarçar um prazer cada vez mais vizível. Por dentro sentia o assanhado instinto percorrer cada milímetro de suas entranhas explodindo naquele ponto de fusão.


Cada quadro deixa um rastro de tinta pelos caminhos q cada um faz e passa. Passa e fica. O q nos faz usar óculos escuros, para não enxergar ou suportar a claridade. Nem sempre o q se quer ocorre de modo adequado. Mtas vezes fode com igual intensidade ao desejo correlato. A luz e a penumbra são siamesas q norteiam o equilíbrio e a medida do espaço de cada fato. Em meio a tantos vícios, harecristus, arghbispos e fetiches a sonhar com rumbas. Batemos tambores e entoamos louvores relembrando mutantes macumbas.

Após o prolongado espasmo de seu último suspiro, sem olhar para os lados ela pediu parada. Enquanto se recuperava, ainda sentindo ligeiros tremores, arrastou seu corpo pelos transeuntes com ares moribundos, q se aglomeravam inquietos a sua volta. Alguns, tomados pelo desespero de um último alento, a todo custo tentavam encontrar algum resquício de brilho em seus olhos. Em vão. Pois, como convinham agora eles se mantinham cabisbaixos, respirando a própria vergonha em um semblante cabisbaixo.

Nada mal, diria Dorival em seu berço de vime. Cada qual sabe o modus de satisfazer o q pensa ser sua absoluta bondade divina, até q a vida vem e desnuda o brilho nos olhos da menina. E o insano faz planos, despertando luas de ocultas faces. Contudo, anterior a tdo existe o mundo e o vasto submundo. Resiste o quebra-cabeça e uma verdade q todo mundo sabe, é única e cabe no interior de cada um.

Qdo o ônibus enfim parou, ela saltou deixando para trás um coletivo boquiaberto sem adjetivos. Ninguém percebeu seu sorriso ao dobrar a esquina. Ajeitou seu vestido um tanto amassado, ainda sentindo o mormaço na calcinha completamente encharcada. Respirou fundo e seguiu em frente sem olhar para trás.

Mas uma vez voltava para casa e a sina de se vestir de Alice em um país sem tantas maravilhas, mas q ajudava disfarçar a monotonia de uma realidade seca e sem alma.

Quem segue em seu jeito e faz o q lhe é direito, sabe mto bem q não há outro jeito e nem jeito q dê jeito...

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Sede...

Pronto para o arremesso
Bebo os derradeiros dias
De minha agonia, em paz
Sou espera do inesperado
Desejo do inevitável encontro
Vou... Cético de um amor
Que pela vida me levou
Mundo a fora. Agora,
Imerso por inteiro sou,
Entre um cigarro e outro,
A sede q trago do teu beijo

domingo, 16 de janeiro de 2011

Ainda sem saber...

Sei das asas
Das fendas abertas
Do q não requer arestas
E se presta apenas a viver
Sei da varanda de banda
Da janela sem grade
Que se abre para a rua
Sei dos complexos reflexos
Das várias fases da lua
Sei, inclusive, q o q lhe procura
Não tem cura. Perdura
Agita. Repousa. Revolta
Balança, mas não sai
E vai... E vem e vai
Até q um dia se faz
No q ninguém segura

Sabedoria é saber prazer o q o saber doía...

sábado, 15 de janeiro de 2011

Marinas, morangas e moringas...



Com aroma moranga bóia marina. Em lençóis de seda encarna sereia. Nada a segura qdo rasteja pelas beiradas da cama em chamas. É sede q vem da rua, dos tantos segredos guardados nos becos sem saída.

No fundo do mar o amar respinga cacos de brilho na sua pele menina. Em silêncio colo a boca no seu colo. Deitas e roças. Deito e rolo. Sussuro nomes sem nomes e dou voltas no seu umbigo. Sanhaçu batendo asas assanhado no calor dos lábios inquietos e atrevidos.

No vão de suas pernas ébrias faço meu abrigo. Contorno seu ventre desenhando um mar com a ponta da língua. Levitas dormente e parasita. Voas... Voas... Com braços damascos dou laços no seu corpo e voou contigo.

Na fresta debulhada solfejo um blues. Sonoro e singular olor de uma América sem norte e nem sul. No encalço do tesouro meu navio navega no pulsar coberto pelo q resta do seu vestido azul...

domingo, 9 de janeiro de 2011

Estrela cadente...


Na terra do faz de conta contava estórias da vida. Só não contava q seu cântico encantasse tanto. Daqui do meu canto fico a contar por qtas vezes já me fez sonhar.

Com meu pretenso canto tento resgatar dias e noites, cujos encantos parecem não ter fim. Qtas vezes já me fez contar as horas, a espera de vê-la passar...

Ainda a pouco ela passou. Fazendo de conta q tanta poesia era só para mim, mais uma vez me fez seu sonhador.

O q se fez nenhuma outra faz e nem se conta. Nada consegue dar conta do tanto q é sentido. Nem mesmo o q apronta na ponta da língua, com seu lirismo.

Na terra do faz de conta ninguém se dá conta do brilho incontido das conchas. Afinal de contas, nenhuma poesia tem o viço de seu sorriso...

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

jane fonda é foda...



Toda palavra beira a vontade do beijo q a saudade lambe
Todo sentido percorre o desejo q explode no mar e balança
Tdo é parte q parte por inteiro e se lança na dança
Todo aparte reparte o q dança com teu cheiro na lança
Toda. Todo. Tdo. Lúdico anjo mudo azul crinas demônios
Segue cego sonho errante a todo instante em sua direção

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Mar à vista... Vôo de gaivota...



Janelas abertas. Cedo da manhã o sol passa meu corpo em revista. Chega a doer na vista. Por alguns instante fecho os olhos e, qdo os abro... Avemaria! Que coisa mais cheia de graça! Toda vez q ela passa é uma desgraça. Uma cachaça q sobe a cabeça e mostra q não há mistérios no cometa. E devo confessar: Luar igual, não há. Nem mesmo no sertão.

Respiro fundo seu perfume e encosto meu rosto na fonte. Com movimentos da língua bebo das águas q espelham o gozo do inevitável confronto. Defronte, um horizonte de peito aberto. Meu corpo responde com acenos devassos e delinqüentes. Mastigo cada gesto e trago gotas de sua seiva entre dentes. Floresta de cores eretas. Mundo de flores avulsas e trilhas dispersas. Caminho sentindo seu cheiro na mata. Sorrio qdo me vejo no reflexo das folhas salpicadas de branco.

Eu deus mendigo na lata a forma exata q encaixa o quebra-cabeça na caixa. Com os braços estendidos procuro tocar cada lado q se expande com sua ressonância. Tdo parece fazer sentido. Até a cor envelhecida da porta deste quarto q me dá abrigo.

De repente vejo duas asas brotarem abertas no céu do deserto. A noite passa e se declara clara. Como uma aurora. Como uma oração ela despe a loucura ainda escondida e escura no céu da boca. Ela é bela. Mais uma vez respiro fundo e corro atrás do q ainda não se fez sonhar.

Meu verso mambembe e capenga rima a marimba transversa e sai a procura do mar. Queria sentir outra vez o prazer de mergulhar. As ondas batem caboclas, qdo soltas na força do malembá. Os ventos arrastam as palavras e me faz passageiro de um rio no cio de janeiro. Teu cheiro penetra meu corpo. Pindorama goteja do alto das palmeiras respingos de desejos na pele. Correntes contínuas correm paralelas acendendo as veias.

A gaivota voa, vai e volta qual sereia banhada de luar. Com toda gana ela escava a lâmina d'água coberta de lama com as próprias mãos. Por entre as tramas o gado rasteja na grama e se desmancha na beira da cama coberta com a gama de claros e escuros de suas borbulhantes cores. Imersa em seu universo sem arestas, abre suas pernas de arcos retumbantes em flechas nem sempre certeiras. No entanto acusa e desponta na ponta intrusa da incerta seta q lhe perfura, noite a dentro, pela estrada a fora.

Caminhando pelos canteiros refaço seus passos. O dia trafega inteiro na órbita da noite cosmonauta. Da terra se avista as chamas de um mar no cio, arrastando véus em versos escarlates. O verbo late e lhe morde a carne com o estandarte apontado para o alto. Sem sobressaltos, num único salto, ela explode em gritos e odes à liberdade. Com sua verdade exposta, de costas soletra os escalpos. Vênus em Marte. O sol ao luar doura as cores com açoites nas pernas e coxas bambas.

Com os pincéis cravados até a alma, a gaivota bate suas asas, riscando o céu com rastros e olores de suas cores. Seu vôo é singular e tem o sabor do q ainda lhe é mistério, mesmo q não tão esotérico. Ainda assim há de pintar por aí...