sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Meteóricos...



Sem imaginar serem feitos do mesmo barro se esbarraram no baile dançando “moonlight serenade”.

Ele abraçado à cerimonialista. Ela abotoada ao professor

Em braile trocaram olhares. Ele de cima a baixo. Ela por cima do ombro

O primeiro esbarrão deu em pizza.
O segundo, segundos de um leve toque na mão.
O terceiro foi aquele em q ensaiavam passos de aproximação.

Ele pisca. Ela sabe onde pisa
Ele belisca o ovo. Ela sorri de novo

Leitura labial deixa pistas
O olhar despista pra não cair em tentação.
A emoção por sua vez vai fundo
Vagabunda esquece o mundo e pede socorro.

De olhos grudados, abraçados a seus amores, balbuciavam coisas sobre misturas no barro; em afagos, de esbarro e encaixe; de estimulos pré-moldados.

Feitos aos quatro beijos, serviam-se um do outro sem embaraço, já sem acenos de mão. Cada um em seu espaço, seu devido espasmo, receptivo sorriso e respectiva ilusão.

Passava das quatro. Ninguém mais falava em “moonlight”.

Agora era Ella quem cantava “the shadow of your smile”...












Ella é a Fitzgerald, cantora jazzista americana
"Moonlight Serenade", composição de Glenn Miller, músico americano
"The Shadow of Your Smile", canção de Johnny Mandel e Paul Webster, tema do filme “Adeus às ilusões"

domingo, 11 de outubro de 2015

Ligações intraflorentinas...

Três da tarde ela liga e pergunta como estou
Ainda zonzo eu respondo: de pau duro
Ela acha um absurdo e desliga na minha cara

Treze minutos depois torna a ligar...

Desta vez pergunta se me acordou
Respondo q não
Então me pergunta das produções

Antes q divague digo q estão devagar
Ela diz q as coisas estão difíceis
Falo q mais difícil é encontrar amor...

Sem dizer nada ela desligou
Será q se ligou?




Por via das dúvidas cantei Abujamra
Apenas pra lembrar q alma não tem cor...







“Alma não tem cor” é uma canção de André Abujamra

Cultura Day...



Quem a si mesmo aceita, desde cedo percebe q amar não é seita. Logo só se aceita no q não prescreve e resiste sem receita. Inclusive nos incursos difusos das veredas em nada convencionais

Amar é sensorial. Como tal, verbo atemporal narcisista. Senhorio imperativo de senhorinhas possuidoras de caricias; de boas vontades rendidas aos deslizes. Delitos em delícias próprias dos vendavais.

Amor é sentimento de equilíbrio movediço e cultura plural. Um paraíso feito de ciclos e inferninhos austrais. Cujo ativo, de posse do passivo, produz benefícios específicos. Tanto físico qto espiritual.

Quem não enxergar isso viverá em roseiral de sacrifícios. Falará de amor, mas do amor só conhecerá o fodido. No pior conteúdo da palavra.

Afora os noves foras, mais nada...



sexta-feira, 9 de outubro de 2015

¿Qué es eso?

Nosotros somos plurales y dispersos
y yo, bueno, yo sólo te amo…

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Eclipse...



O dia nasce.
Não sei se espalho lembranças
ou espelho lambanças
na folha de papel ainda em branco

Rabisco um tempo.
Quanto mais ele passa, mais fico passado...

A sombra da casa cresce silenciosa
e cobre todo o jardim com a tarde.
Percebo q nem tudo assombra
À sombra permanece tal e qual

Mais tarde, como era de esperar,
a noite aparece. Com ela minha vontade
de descrevê-la por inteira. Rasteira,
longe da penteadeira e sem echarpe

Por mais q se acrescente ou se concentre,
tdo incide à luz do q nos prende...

Escrevo aos céus
em uma noite coalhada de estrelas.
Escrevo rápido
Antes q a lua cheia apague tudo...