sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Segredos de umbigo...

 

No princípio era o verso e o controverso. 

Quando deu-se aos precipícios de modo fortuito fez-se abrigo no umbigo. Ao primeiro grito ecoou-se o atrito. À força imperiosa da foice ceifou-se o q haveria de doce.

Dois nós cegos de elos perdidos no interior do gênese sem gênero. Sentidos inconscientes inseridos.

Umbigo. Túmulo esquecido no ventre.

Dois nós a sós de viva voz. Dois anzóis entre achados e perdidos em cafundós contíguos. Caracóis descaradamente intuitivos. Caralhos a quatro no quarto ambíguo. Debaixo de véus o carrossel. Umbigos ao sabor do mel, fetiches e feitiços. Assaz cognitivo.

Refestelar-se é impulsivo. Pulso plugado no movimento impreciso de coxas entre conchas.

Um rolar de pérolas. Um colar de umbigos.

Quão diletos são os afetos incorretos ditos de modo líquido à boca do umbigo...

sexta-feira, 10 de julho de 2020

Memórias do átimo...


Teve sempre bole-não-bole no boiler
Teve sempre dados cruzados no ponto
Teve sempre um filme. Nem te conto
Teve sempre um filtro
Teve sempre um filho
Diversas tonalidades no encanto...

Teve sempre uma porta fechada
Teve sempre uma janela aberta
Sempre teve frutas no quintal
Nunca vi roupa no varal
Mas vi rolinha, tucano, sabiá e jacu
Graças aos eus, nunca teve urubu...

domingo, 28 de junho de 2020

In Memoriam...

 

Do mundo
Nunca esperei nada. 
Dela
Sempre esperei tudo...

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sábado, 27 de junho de 2020

Amor de cama...



Sob cobertas dois corpos se confrontam. Declamam e se completam poesia em chamas. Profanam e proclamam descobertas, por vezes, cobertos de lama. 

Amor de cama. Amor q ousa sobre cousas. Sobretudo sem dramas. Amor por amar. Ousar sem pensar. Amor q se espalha ao passo do desvencilhar das rendas. Amor q se desvenda, mtas vezes, em vendas de cetim.

Amor assim sem amuletos ou muletas. Amor sem medos ou enredos. Amor sem rastros, de segredos entrelaçados ao lastro da cama. Amor q balança. Jangada q avança sobre o quebra mar; e se lança nas ondas sem temer as profundezas do amar.

Amor q dispensa arrodeios. Amor de cheiros e de floreios.

Amor q se atreve nas palavras cruzadas no íntimo. Amor imerso no universo d’algum reino otomano ou persa. Amor q dispersa, desmonta e se remonta sem quebrar cabeças.

Amor sem ômega. Amor q berra. Que lambe o próprio leite na boca do delta. Amor q hiberna. Que deita e se deixa e se eleva sem consultar medidas.

Por ser essência, pulsa nas veias.
Por ser centelha, nunca será escrito nas estrelas.
Sua única certeza é ser leveza do ser incerto.

Amor de cama. Esperto amor sem credos...

domingo, 1 de março de 2020

Alice e Godiva...


Godiva percorreu toda a planície a descobrir peraltices.
Alice se pôs a sorrir. Sem saber o q fazer. Sem saber aonde ir.

Godiva tem peitos salientes e desejos despidos de sede.
Alice já não quer saber de mais nada. Só sabe q se esvai sem pensar se haverá final feliz.

Alice já é feliz só. Só no ir e vir.

Na planície de Alice não há planalto.
Sobram melindres nos sobressaltos dos saltos de lady...

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

O grito ôco da quenga...


O grito ôco da quenga. No côco o ôco alude. No breu o ôco ilude.

No trivial amiúde virtudes e ilicitudes. Coquetes e dzicroquettes supercalifragilistic espialidoces.

No fim do ôco não há fim de mundos. Tudo se recicla no instante em q a água vaza do côco.

É sabido: grito em sustenido não se sustenta. Ranhura não rasura fissuras de quenga. Tanto mais o dilema de um dia haver sido benta, justo na lama do côco.

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Gracias a la raíz...


Eso que viene y se va
Eso que viene y nos toca
y nos provoca hasta la raíz.
Eso pagano y sin nombre
Sigue sin saber si habrá dónde llegar.
Solo sigue... A veces ciego...
Por percibir y reconocer lo que nos refleja
En impuras sábanas de seda
Nos hace íntimos desde la raíz...