segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Pedras e perdas... Sede de nuvens...



De maneira sinuosa lançou seu olhar pela luz q se fazia entre o vácuo e o vacilo. Sem nenhum prévio estribilho e sem explicação se deixou levar numa estranha dança pelo vão das hipóteses q surgiam entre um e outro pensamento.

Naquele momento todas as janelas pareciam abrir de forma ilógica. No entanto já não lhe perturbava a insistência de tantos em enxergar a vida por vias longas e tortas. Até q tinha sua lógica. Enfim, diante de tantos absurdos, não seria de todo ruim se acontecesse do mundo descobrir q deus era fêmea.

Na verdade nada tinha tradução. Tdo se revestia de possibilidades. Por uma cega e obediente crença preferia seguir as regras nunca ditas. Às vezes se sentia maldita, pois nem sempre conseguia ser explícita. Benditas dúvidas da natureza humana q lhe mantinha o equilíbrio.

Conscientemente não tinha a intenção de despertar nada além do indevido. Talvez por isso olhasse com atenção cada individuo q se interpunha entre o seu pensamento e o infinitivo pessoal e impessoal de seu desejo.

Sentia-se bem com isso. Sabia o qto se guardava e o tanto q ainda aguardava se conhecer a cada mistério desfeito. Já não conjugava a vida com tantos receios. Esse era seu único segredo. Mesmo assim, por ironia ou precaução, pisava nas pedras q encontrava pelo caminho como se fossem nuvens.




Montagem feita com as telas “Estrela perdida” e “Estudo de rosto de mulher loira”, do pintor francês William-Adolphe Bouguereau / 1825 - 1905