sexta-feira, 6 de maio de 2011

Dispersos reús confessos...



Trancados no confessionário eles abriam seus hinários e entoavam harmônicos cânticos, entusiasmados louvores e o q mais fosse possível imaginar. Cegos de paixão tateavam seus corpos por inteiro, mergulhados em mares traiçoeiros e ondas ambíguas de perfume âmbar.

Lá fora a vida seguia seus ritos e, por vezes, se arrastava um tanto enfadonha. Lá dentro sentiam o qto necessitavam um do outro.

Ali, perdidos em seus achados, eles viviam seus contos sem descontos e nem disfarces. Não se preocupavam em descobrir as chaves q os libertariam da vida q levavam lá fora. Já eram felizes mendigos entregues a sorte de suas mãos confusas e intrusas. Só queriam extravasar e lambuzar o universo q os mantinha presos na teia de suas emoções.

Apenas repartiam seus corações partidos e banidos naquele amor bandido. No emaranhado de suas coxas arranhavam carícias com malícia. Escravos e senhores de si. Servos em total devoção.

Depois saiam. Não olhavam para trás e nem se despediam. Sabiam q a qq instante se encontrariam outra vez, dispersos réus confessos em véus inconfessos, perdidos do amor.