sábado, 14 de maio de 2011

Besame mucho...



Ela gostava de cores, mas não era precisa qdo queria definir sabores.

Ele preferia tons q sorriam em outros tons, mas mantinha certo recato.

Ambos gostavam de luzes e seguiam com suas inevitáveis cruzes.

Ela vivia de salto. Ele nas nuvens.

- Ando chutando baldes...
- Virando lata?
- Rasgando sacos...

Noite passada, em segredo, ela havia matado seu torturador.

Do outro lado da rua, na sacada da janela, ele a fumava olhando a chuva. Qdo acordou ainda segurava os chicotes em cada uma de suas mãos.

Ela abriu as cortinas e deixou transparecer o facão q lhe roçava as pernas e a consagrara rainha.

- Em suas mãos dez dedos contam desejos...
- Nas suas, em cada um respingam segredos
- Muitos... Alguns nem no colo confesso
- E se eu lhe peço?
- Não peça. Deixa q eu lhe sou

No palco a orquestra nem precisou tocar os primeiros acordes de “besame mucho”...