sábado, 2 de abril de 2011

O tamanco e o saltimbanco...



No tranco subia os barrancos. E eram tantos...

Por sorte gostava de tango. Embora não soubesse tanguear sempre se deixou levar, enfeitiçado pelo modo dela dançar, e um insinuante olhar q misturava o vicio da sedução ao soluço do pranto.

Mtas vezes pensou em acenar, mas nunca soube em qual bolso havia deixado seu lenço branco.

Sempre sentado no mesmo banco, se contentava em vê-la solta no tablado. O mesmo em q tantas vezes lhe rendera homenagens ao ritmo frenético de um mambo.

Nunca soube entender seu hábito de se vestir de branco. O q levava as pessoas pensarem se tratar de algum pai-de-santo. Não gostava de sapato. O único q usara havia sido um bico fino em preto e branco. Preferia alpercatas, visto q não apertavam; ou sandálias, q dizia ajudar trilhar lembranças e suportar inesperados solavancos.

Depois de tantos sonhos, sentindo o cansaço de tanta espera, resolveu se entregar aos encantos da menina de tamancos.

Diferente da Barbarella, esta não tinha ar de donzela. Não fazia questão de ser a mais bela, nem fingia ser a Cinderela extraída de algum conto.

Apenas disse: Espera! Sem mais nem menos. Sem se preocupar em dizer o qto...

Embora, em parte, não concordasse, ele sorriu de soslaio. Sem dizer nada passou a dar pulos em volta da cidade como um saltimbanco. E pronto.

Nada mais há para dizer por enquanto. Conforme o desenrolar da história, algumas partes, quem sabe, eu venho aqui e conto...