
De mansinho a tarde areava a beira a noite. Esta abria os braços e estrelava, acenando de volta, contado as horas para surgir no texto.
Sem dizer nada, e se sentindo largada, a lagarta foi desnudando a pele à procura da borboleta. Sem embaraço devassou cada laço em volta do casulo. Alguns desatou. Em outros se refez e desfez a verdade com ternura mórbida. Extremamente habilidosa abriu as asas e se soltou.
Gozou dando voltas no botão da rosa. Debochada desafiou a lógica de seu teorema.
Tudo se fazia como imaginou. Envaidecida se fez fogosa na tela de seu cinema.
Antes de adormecer agradeceu a delícia de seus demônios. Qdo amanheceu fez uma prece apressada, e nada mais.
Abriu um botão no decote. Fechou a porta.
Desceu a escada de forma rápida, sorrindo, seguindo as canções com seu jeito grã-fino.
Nem se preocupou em ver as noticias do dia no jornal. Em vez disso olhou se a estampa q usava combinava com seu astral.
Nada mais natural.
O medo de chapeuzinho nunca foi do lobo mau...