quinta-feira, 28 de abril de 2011

Delícias caseiras...




De mansinho a tarde areava a beira a noite. Esta abria os braços e estrelava, acenando de volta, contado as horas para surgir no texto.

Sem dizer nada, e se sentindo largada, a lagarta foi desnudando a pele à procura da borboleta. Sem embaraço devassou cada laço em volta do casulo. Alguns desatou. Em outros se refez e desfez a verdade com ternura mórbida. Extremamente habilidosa abriu as asas e se soltou.

Gozou dando voltas no botão da rosa. Debochada desafiou a lógica de seu teorema.

Tudo se fazia como imaginou. Envaidecida se fez fogosa na tela de seu cinema.

Antes de adormecer agradeceu a delícia de seus demônios. Qdo amanheceu fez uma prece apressada, e nada mais.

Abriu um botão no decote. Fechou a porta.

Desceu a escada de forma rápida, sorrindo, seguindo as canções com seu jeito grã-fino.

Nem se preocupou em ver as noticias do dia no jornal. Em vez disso olhou se a estampa q usava combinava com seu astral.

Nada mais natural.

O medo de chapeuzinho nunca foi do lobo mau...