terça-feira, 15 de março de 2011

Éricas bélicas... Veríssimo olhar...



Um olhar a mais nunca é demais. Mto menos é menos qdo é simples aceno. É justamente aí q ele mostra o qto pode ser sereno. Mesmo parecendo ser quieto e publicamente discreto, o olhar carrega em si um lúdico e indomável instinto inquieto. Razão pela qual ele nunca se sente inteiramente completo.

O certo é q o olhar rebusca na paisagem a maneira q lhe pareça mais justa de contemplar tdo o q lhe transporta, seja por linhas retas ou tortas, em seu íntimo e, por vezes, incompreensível sonhar. Ainda q o destino seja incerto, o olhar se permite ao flanar na imensidão dos sonhos, pelo simples desejo de se espelhar.

Por ser olhar, ame-o e deixe-o sorrir em paz...

Mtas vezes diante do espelho da penteadeira, ele fica a rodopiar por entre as estrelas, para lá e para cá. Solto ao sabor dos ventos, ele sai por aí a sorrir, beirando o próprio mar. Então se lança em seu bailado nas ondas sem vontade de voltar. Doce olhar sonhador, solto e sem estribeiras, a contar conchinhas na areia e estrelinhas escondidas nas entrelinhas do fundo do mar.

Em seu quarto, cercado de paredes rabiscadas e nuas, o olhar acende o brilho da lua no viço do olhar. Bélica beleza do olhar. Eras de Vênus. Afrodite de sentido pleno. Érica veríssima. Verdade bruta explícita no olhar.

De minha janela fico a pensar aonde será q ela repousa o olhar. Mas, logo me sinto um tolo, por tanto querer e tanto pensar. No fundo, o olhar nunca descansa. Nem mesmo qdo mergulha no sonho abissal mais profundo se cansa de tanto sonhar. Qdo fechados em pálpebras, o olhar percorre o invisível perceptível apenas nos sentidos, a tdo o q não se permite a todo e qq olhar.

Então, ele se deixa solto, a dançar como um louco por poemas fetos feitos em breus, a procura da luz crescente de algum outro olhar.

Sem palavras, o olhar percorre o encanto de seus cânticos. E dança... Dança sem parar. A girar por um universo, embora desconhecido, completamente seu. Ao seu prazer. Ao deus dará. Um simples olhar é suficiente para transformar.

"A vida começa todos os dias..."



No final, sutil inserção de frase atribuída a Érico Verissimo...