sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Ao sabor da tempestade...




Adormeço. Acordo no halo do vale da minha morte.

Saio do feto e me ponho de pé entre suas montanhas vistosas.

Caminho pelo sopé encoberto pela mata, como quem se põe aos pés de uma fêmea celibatária deitada sobre um imenso colchão verde de florestas.

O instinto segue sem direção. Às vezes sem olhar onde piso.
Nunca cantei o q será. Até hoje não sei o q farei, nem o q direi qdo a encontrar.

Meus caminhos sempre foram incertos.
Meus flancos nem sempre se mantêm abertos.
Deles extraio o oxigênio viscoso do viço q dá vida a meu corpo.

Ligo o rádio. Ouço o cheiro da tempestade anunciada.
Abro as janelas para q ela se sinta a vontade na hora de me invadir. Por fim abro a porta e me entrego à espera de q ela resolva passear por mim. 

Quando vem despe minh'alma com suas águas e desfaz tdo q não lhe serve. 

Pela janela vejo a verdade da cidade em chamas.
Lá fora a vida me chama. Passo as mãos pelo meu rosto preguiçoso.
Ela percebe, me bebe e depois vira de banda.
Entro no chuveiro e lhe banho com perfumes de lavanda.

Antes de sair beijo o bilhete q deixo sobre a cama...


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