quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Cristalina...

Quase todos os dias, qdo a tarde começava a dar sinais de despedida, ela abria a janela e olhava a rua com seus sentimentos transeuntes passando apressandos pela neblina de sua retina. Parecia até película de um filme em rotação alterada. Não era uma pessoa de se sentir derrotada com facilidade ou frequência. Tinha seus instantes e tbém uma certeza de q nunca seria tarde demais.

Como sempre fazia acendia o cigarro e fumava lentamente. Deixava os pensamentos percorrem seus sentimentos. Até mesmo aqueles q faziam corar seu rosto, de tão indecentes. Bem no fundo era o q queria, mas temia os transtornos q eles provocariam, caso um dia resolvesse vive-los. Naquele curto espaço de tempo era o tempo q queria. Era o seu momento, por isso se permitia.

O q não imaginava, contudo, é q do outro lado da calçada, quase dobrando a esquina, dois olhos na surdina acendiam o desejo no brilho do seu olhar. Sabia q não era mais uma menina, mas vivia com os sonhos mágicos de uma aliança encantada, q a conduzia como a uma princesa pelos bosques de um prazer q começou a povoar qdo ainda era criança.

Sabia voar. No entanto nunca ultrapassara os portais da janela. Sentia-se bela apenas por provocar pensamentos. Na janela vivia por alguns momentos a extrema ousadia de se sentir sem máscaras e medos, até o cigarro sumir entre seus dedos, anunciando a hora de colocá-las outra vez.