
Cintilar. Bola de cristal a flutuar no ar
Olhos caracóis, brilho de anzóis noar
Despem paraísos. Abrem-se sorrisos
Misturando viço às folhas da manhã
Às vezes coralina em estridente sim
Às vezes fecha os olhos. Silêncio e solidão
Borboletas voam soltas pelo seu jardim
Serafins serenam sonhos em sua mão
Carioca cor morena, pé de laranjeira
Mel de abelha em fresca pele hortelã
A dançar sobre o mar, seus cabelos
Arrastam rosas em sua boca de maçã
Desvendam-se mancebos, segredos arlequim
Quem sabe a sonhar com outros carnavais
Mais e mais, ela vai, a cantar sem medos
Molhando desejos com seus temporais
Interferência sobre a "Mulata", de Di Cavalcanti