sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Ciranda cigana. Amores de Bergerac...



Cinira era regada a regras e cirandas.

Educada nas nuvens, respeitado os limites de seu horizonte, sem dar trela às previsões de Nostradamus, atravessava viris madrugadas dando play em “my way” no smartphone.

“e agora q o fim está próximo, eu encaro meu desafio final...”

De tão calejada, Cinira não tinha nome. Apenas codinome.

Por vezes era cynara. N’outras cigana. Na maioria das vezes, deliciosamente mundana, vestia-se colorida para dançar ciranda.

Sorrisos de nuances “buchanan’s” faziam suas pernas virem à tona. Realces bordados no algodão, e um colo de “babar” recheado de obladis e obladás e ótras cositas más”.

Consumida por amores clandestinos vividos nos arredores de Bergerac, Cinira repartia um duvidoso romance de contos e farsas com cyrano. Bom partido transformado em bom marido, com quem repartia o lúgubre de seu lúdico caminho.

Quando adentrava os aposentos, por um momento liberta das amarras de seu martírio particular, Cinira tocava as carnes com doçura.

Gerúndio d’um prazer genuíno. Quase ingênua, quase infantil, redescobria-se entre cobertas, coberta unicamente pelos sentidos.

Entre amigos dizia curtir Coldplay.
Só assim poderia, tantas vezes fosse preciso, no aconchego, em sossego, dar seus replays em "my way”.

Só eu sei...