segunda-feira, 24 de março de 2014

Gruta anglicana... Ararinha azul...




Sonidos em suas membranas escancaravam escandinávias avermelhadas. Sonhos rabiscados em azulejos encardidos de vida alinhavavam desejos de maneira desconexa.

De certa forma parecia ser o modo correto de enxergar a trilha q me conduziria em sua direção.

Passado o tempo. O passado não passa de um tempo. É tempo q o vento não leva...

Ao toca-la com a ponta dos dedos senti q tinha vida própria. De tom impreciso, levemente umedecido, entre o violeta e o rosa.

Poucas penugens protegiam as margens e a volúpia em sua nascente q, ao desaguar sobre afluentes, se dividiam imensas, escandalosas, pelas ribanceiras de suas coxas.

Escrava do pudor atravessou a avenida dos navegantes. Durante o percurso, sem destino certo e abandonada por seu professor, confessou seus pecados nas esquinas da república.

Comportas abertas sem nenhuma passagem secreta, senha magnética ou palavra mágica.

Diante da gruta pude compreender o porquê dela insistir q já não valia a pena abrir-se ao sésamo. 

Nos fins de tarde, encostada ao muro da cúria, lia o guarani esperando q o índio a livrasse de seus infernos.

Quem sabe em meio a outros manifestos...





Montagem sobre fotograma do filme “Meu Japão brasileiro”, com Mazzaropi e Zilda Cardoso.

O guarani é um romance de José de Alencar, escritor cearense, adaptado à ópera por Carlos Gomes, compositor de ópera brasileiro.