sexta-feira, 14 de março de 2014

Frevo afinado e uma oração...



Era carnaval. Era o corpo a descoberto
Um mascarado desconfiado
Um amor à espera de renascimento.

Entro na cena Alfa imerso em alfazema .
Ela flamba no frevo esquecida das cantilenas
Na troca do passo o olhar acena.

Nos altos relevos vicejo à mercê do balancê
do paraíso exibido no seu farto sorriso.

Intuição fêmea largada no batuque sem arrimo
fazendo uso do bumbo deixando surdos
meninas e meninos entregues à sua livre tradução.

Plenas na madrugada, sorrindo faceiras,
as últimas kengas desciam a ladeira da ribeira.

No caldo e rescaldo da oliveira
suor misturado, meu corpo untado
sexo saboreado na fragilidade dos lençóis.

No quarto o dia amanhecia cinza.
Ainda assim a refiz numa última oração...