quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Enigma...



Com habilidade trapezista exibia no ar suas formas sinuosas e, em sua grande maioria, assimétrica. Postulava mais q possuía uma estética assaz frenética. Com isso alimentava instintos e suplícios de almas q se desmanchavam no igarapé onde costumeiramente mantinha a umidade interativa de suas asas.

Por nunca saber definir-se sobre a vida acreditava no q lia e repetia a exaustão em sua devida redoma de vidro. Qdo cortejada enaltecia um rubor q não tinha. Ao ter a mão beijada seu corpo se consumia em árias de notas sólidas.

- Dios mio, q desagradable! Que Chico lleno de entusiasmo!

Quando nervosa elevava o tom da prosa, quase sempre em teatral tom de desagravo. Enojada fingia execrar a revoada. Entretanto, isenta dos ditames, conduzia a matilha expondo malícias em seus lábios inflamados, envenenados de promessas e reclames recheados de quartas intenções.

Assim salpicava cores acesas pelos campos, com contos e metáforas construídas, conforme lhe convinha, com linhas imaginárias. Coisa q nem a todos se conta. Com elas passava seu tempo, acreditando q algum dia pudesse, enfim, assumir sua condição mundana.

Entretanto o tempo permanecia mudo...

Nesse mesmo tempo viu rosto coberto de marcas. Em silêncio enxugou as mágoas e continuou a encantar as almas.

Sem q se percebesse manteve-se em segredo, sem conseguir decifrar ou livrar-se do estigma, enigma cada vez mais pesado e difícil de suportar: Borboleta não ama. Borboleta tão somente se deleita, quando se deixam serem amadas...