terça-feira, 15 de novembro de 2011

The end...



Atraídas pela gravidade da imaginação, a saliva escorria quente pelos cantos da boca, despejando gotas pelas estradas q se abriam em rugas na sua pele. De onde estava pude observar a agonia do verme ao perfurar cada uma das palavras q revestiam a alma ainda cheia do desejo de vida.

Eram mtos os urubus a dar rasantes pelos pensamentos. Pareciam bailar a sinfonia da ópera desfeita, de um amor cego e íntimo aflito. Mostravam-se solidários, parceiros e nutridos de uma satisfação mórbida. Mantinham-se à espreita, como a lembrar com suas presenças a temível espera do último golpe. O fatal.

Sem mais espaço para sonhos, a esperança cega e embrutecida tentou as derradeiras braçadas nas corredeiras das salivas já embranquecidas. No mesmo compasso q perdia suas forças era tomado por uma consciência brutal, q deflorava e apontava de seu destino. Por fim, reconhecendo sua desgraça, abençoou o tempo perdido na busca de sua terra e do amor prometido. Tdo era desértico no instante sem estética daquele horizonte enlouquecido.

Certo de q não havia mais nada q pudesse fazer e sem forças para tentar alguma outra saída vi seu corpo desaparecer submerso. Entregue e sem mais nenhum sentido. Pela vidraça olhei a tarde nublada formar penumbras em suas formas. Então se deitou na cama com sua alma tranqüila e fechou os olhos. Com uma das mãos aberta estirada sobre o lençol prendia uma fotografia já manchada de tempo. A outra, fechada, fazia força para segurar o ponto q anunciaria o capítulo final.

Lá fora chovia. Lá dentro o tempo já nem se preocupava em ser frio ou quente. O celular desligado não sabia da saudade do lobo em escutar Marina Lima. Normal. Até pq nem sempre se vê mágica no absurdo...









No parágrafo final, uma incidência outonal da música “Me chama”, de Lobão. Na ilustração, cena de Marlon Brando no filme “The Godfather”, dirigido por Francis Ford Coppola e baseado no livro de Mario Puzo. O Poderoso chefão, como é conhecido no Brasil, ganhou o Oscar de melhor filme, melhor roteiro adaptado e melhor ator.