sábado, 6 de setembro de 2014

Enlouquecido diário...



Revolvo a terra sentindo teu cheiro no corpo ainda semente. À espera de encontrá-la capino o futuro com palavras.

Conheço bem as palavras. Tantas ouvi. Tantas iguais a outras. Nenhuma com o sotaque dela.

Algumas guardadas na roupa de forma discreta. Outras, escrotas, presas ao q se prestam, servidas nas luas marotas de noites diletas.

A quem realmente interessa dizer q o mundo não presta?

Aquém a tudo sinto q ainda me iludo. Por instinto escavo mais e mais profundo. Sem deixar pegadas retiro as pedras, abrindo brechas onde as minhocas se enterram enfurnadas, ensimesmadas em si mesmas.

Enquanto penso minhas mãos dão raízes às asas. Com elas borboleteio pelos cantos do jardim em q apareces. Com teu cheiro entranhado nas mãos rego a lei da mutação.

Percebo q um dia sim nem sempre é oposto do não. No sangue sinto a transfusão.

À espera do pólen observo o trânsito inicial dos besouros. Um casal beija a flor no botão dos desejos. Com os sentidos loucos metidos no barro molhado te esbarro. No q exalto o samba do teu rock sinto choques e jogo tudo no ar...

Sigo o bom conselho. Paro tudo e dou um mergulho no mar...







Entremeada em determinadas palavras lembranças sinfônicas da canção “Alguém me disse”, de Evaldo Gouveia, músico compositor e cantor cearense, e Jair Amorim, locutor, compositor e cantor capixaba.