terça-feira, 27 de maio de 2014

Divinas manhãs suicidas...



Divinas e brancas ancas da mulher amada. Montanhas erguidas no sopé macio de coxas q se prolongam pelas vastas e oceânicas curvas dorsais.

Exibidas com porte potranca e inquestionável beleza Gioconda, galopa pelos vales de minha morte com versos Bocage.

Uma a uma me desvenda nas estrofes de suas carnes...

Do sedutor olhar flamboyant a inspirar libidos, aos pentelhos centeios espigados; arbustos de flor exuberante, onde o sutil beija-flor transpira adúltero no olor do colo em vertigem.

Endiabradas manhãs em q a tenho amordaçada...

Rendido em seu aroma, razão de tantos fetiches, grifo o viço de primaveras em graves tonais. Acentuo-me agudo, degusto a vida e lhe dedico meu poema suicida.

O vento sopra em todas as direções. Ela escuta sem saber de onde vem, nem para onde vai...


Em tempo:
Raimundo Fagner certa vez cantou: - Quando ela dança os passarinhos ficam mudos...

Quando rebola causa tremor, em terra firme, em alta escala.
Se Mister Richter a visse, certamente perderia a fala...






Bocage. Poeta português representante do arcadismo lusitano.

Arcadismo. Escola literária surgida na Europa no século XVIII. Seu nome é uma referência à Arcádia, na Grécia antiga, tida como ideal para a inspiração poética.

Raimundo Fagner. Cantor e compositor cearense.

Charles Richter. Sismólogo q desenvolveu a escala q quantifica a energia liberada pelos terremotos.

Montagem sobre a obra “Figura em azul”, de Tarsila Amaral.