sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Longa vida... Ópera à paisana...



Rômulo remava constrangido pela maré. No remo o coração partido pelo amor bandido de uma mulher. 

Assim é a vida. Peito materno tem longa vida. O de pai vira muxiba.

No seio materno se descarta o caroço. Custa-se a ler as desculpas da placa fincada na praça aonde iam depois do almoço.

Desculpe o transtorno! Trabalhamos para melhorar as relações humanas.

Entre louca e mariposa a boa moça encosta a roupa no ferro quente. Reclama o sol escaldante. Na ponta do pé escreve eufemias. Na ponte faz tríplice aliança.

Na rua tira onda. Na cama apalpa o sacana. Assim como prima a dama, ávida por cortar laços, sem embaraço, na fita de cada reinauguração.

Olha lá! Lá vem outra procissão...

É o bloco das andorinhas salve-rainha. Todas vermelhinhas batem na mesma lata, sacudindo os quadris e a poeira das noites passadas na consolação.

No peito da loba rômulo sentiu o remo tocar as paredes da vagina. Corroída em coloridas tramas romanescas, a loba revestia as tardes burlescas no papel seda de seu carnaval.

Sexta-feira amanheceu no soar de trombetas. Apalpou a buceta e saiu pelas ruas cantando “mamãe trás logo a chupeta, q eu ainda quero mamar...”




Montagem sobre foto de Julia Margaret Cameron, fotógrafa inglesa nascida em 1815.