quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Cobra molhada... Sebo e festim...



Fêmea ensandecida cobra cura para veneno sem cura. Nos limites do infiel dança no terreiro sem prumo. No q fere a língua afere à fala a falta de costume.

Preso, mas não surpreso, o ventre em chamas chama bandinhas de ciranda.

Rainha em padroeiras. Acesa em fogueiras. No tocar de cítaras salta excitada no cordão quase umbilical de seus arlequins.

Inteiramente rendida encarna suas tantas vidas. Desfia a ponta da meia rendada rasgada em suas partes mais íntimas.

Brincadeiras de luar. Banhos no varal das ruas em noite de festim.

No quintal de casa o pau de sebo desvirgina tiras e mentiras. No sobe, não sobe, no pote explode em gozo. Animal expurgado sem piedade.

Na verdade o olhar gemido desfigura o rosto cheio de sorrisos. Desgarrado em palavras molhadas o corpo umedecido esquece o oco. Tudo se faz fodido em seus sentidos.

Lá fora, qdo o agora lhe procura, outra vez aurora, bambeia na corda leviatã. No lábios carrega o hoje sem gosto de amanhã...





Pau-de-sebo é um mastro untado de gordura animal, geralmente usado em brincadeira típica de festa junina. O pau-de-sebo foi introduzido no folclore nordestino pelos colonizadores portugueses.