Ismália. Loucura cega
Fornalha da entrega sem pudor.
Serva sem compromisso.
Teu feitiço corre nas veias
em assumidos riscos.
Carne estufada brilhante
beduíno em chamas. Em tua cama
a tragédia anunciada.
A alma na beira do poço
reflete o esboço de teus anais
Dança banhada de chuva
Dorso a provocar luar.
Emerges das águas em q submerges
Ondas borbulham no seio de teu mar
duendes e fadas a te aninhar
Dorso a provocar luar.
Emerges das águas em q submerges
Ondas borbulham no seio de teu mar
duendes e fadas a te aninhar
No porão os fantasmas se agitam
e esboçam uma rebelião.
Lambes tuas tantas mortes e percorres
altiva cada uma de tuas missões.
Sem ensaio sobes no tablado
Refeita do improviso reverencias,
com inesperado sorriso, a vida
Em seu monólogo desesperado
desejas as falas das mãos
silenciosas do teu Senhor.
e esboçam uma rebelião.
Lambes tuas tantas mortes e percorres
altiva cada uma de tuas missões.
Sem ensaio sobes no tablado
Refeita do improviso reverencias,
com inesperado sorriso, a vida
Em seu monólogo desesperado
desejas as falas das mãos
silenciosas do teu Senhor.
'Ismália' é um poema do mineiro Alphonsus de Guimaraens (1870-1921). Representa a dualidade entre o plano físico e a alma. A loucura e o sonho, um dentro do outro. Levada pela loucura Ismália entra num mundo de sonhos, atravessando a fronteira q separa a vida da morte.