quinta-feira, 9 de junho de 2011

Tdo vem... Nada além...



Por mais q tentasse, nunca soube dizer, de fato, quem era ou o q queria. Naquele dia, contudo, ao olhar sua imagem resolveu seguir viagem e se deixar tocar. Tantas vezes sentira o espelho desmanchar sonhos sem sentir o toque suado e suave de suas luvas. O q não ocorria dessa vez. Sentia-se sem culpas. Por isso não procurou desculpas, mas, por via das dúvidas achou melhor não transparecer.

Qtas vezes fechara seus olhos querendo encontrar o melhor ângulo do não ver. Todavia, talvez por ironia, no mesmo instante sentia remexer lá dentro um desejo imenso de se refazer. Não perdeu tempo em pensar como faria. Nem como era seu costume, se benzer com três aves marias. Apenas se fez. E mais de uma vez.

Dessa vez não questionou a garantia de qualidade da sua ilusão. Não abriu os braços para medir o tamanho do espaço vazio da emoção. Não procurou saber aonde ia. Nem decifrar os códigos do q sentia. Apenas sorriu sem se preocupar em parecer vadia. Encharcada de alegrias atravessou o dia distribuindo cores. Pintou flores imaginando amores com os sabores de seus beijos.

Pintou. Bordou. Depois, mto tempo depois, com os passos ainda lambuzados de felicidade, se deixou emaranhar nas linhas das próprias artimanhas. Assim redescobriu a vida. Assim se cobriu de encantos e se sentiu desejada e querida. Mais de uma vez.




Montagem feita a partir do quadro “woman with gloves”, de Edmond Aman Jean