quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Ramas escamas... Jogos de tâmaras...



Na boca da mulher poesia é folia. É deleite. Cada terço de segundo depura um trecho de meio mundo. Cura a sede terreira da tribo. Na ponta dos dedos cada instante é sagrado e consagrado.

Se a pomba grita é sinal q o mundo gira em sua gravidade.
 
Fazendo do obstáculo sustentáculo e suculento oráculo onde escorre os lábios. Fruta madura deixa a cama coberta de seu cheiro de tâmara.
A nobreza é ínfima qdo ferve vassala estendida na vara. Coração bate descompassado. Vasos dilatados no escopo de um deus carnal.

O corpo liquidifica desejos. Perfume de rosa é precipício. Morrer não é sacrifício para quem relaxa o corpo no olho do redemoinho.

Sua língua é poesia solta bambaleando à deriva salivas perdidas de amor.

Com enorme prazer percorre os trilhos q retalha o frescor de suas carnes em postas. Já não se comporta. Sutis prelúdios de uma ópera de notas avermelhadas escorrem de seus cabelos como cachoeiras. Com as mãos, com dedicada exatidão, devasta tdo o gira em sua volta. Enquanto enfeitiçados lobisomens gritam seu nome em noites de lua cheia.

No beco sem saída ela se molha na chuva, consumida e consumindo tdo o q lhe cai como luva. Ao fim de cada dia dobra-se em mais uma página suada.

Tâmara em árabe significa "dedos de luz". Talvez, por isso, tdo o q é vida nela reluz. Faz e se refaz, e seduz com a voracidade de sua velocidade luz.

Sua vida é um compêndio ainda por traduzir...