sábado, 4 de dezembro de 2010

Pela estrada afora...



Pela estrada afora seguia passageira de seus sonhos. Nem sempre precisava olhar pela janela para se sentir amada. Sabia mto bem o q havia por trás dos montes, e do qto seu pensamento subia cada vez mais alto nas escadarias de um calabouço cada vez mais iluminado.

Parte de si escondia segredos. A outra ardia tocando a pele umedecida de desejos.

A barca navegava em silêncio pela escuridão. O ventre preso por amarras q, apesar de seguras, não a impediam de sonhar. Queria mais. Cada vez mais. Queria ouvir as badaladas fortes dos sinos, em completo desatino.

Seu amor era cego e soprava loucuras nos ouvidos.

Não. Ela nunca iria cometer loucuras. O máximo a q se permitia, com extremada ousadia, era deixar se levar por temporais. Nada mais. Nada além de um desejo em se livrar do peso incômodo das roupas q usava, mas não lhe vestiam bem.

Protegida pela vidraça acenava para dentro de si mesma. Em seu íntimo queria o poder de parar o tempo com seus acenos. Parecia prender nas linhas da mão cada traço de um horizonte perdido n’algum ponto da estrada.

Jeannie sempre fora um gênio presa em sua invisível garrafa. Só q agora tinha no laptop o comando Enter e Stop.

Quando tulipas batiam palmas, a fêmea ganhava asas. Em cada ponto de parada retocava a maquiagem. Um café. Um guardanapo manchado de batom. Um anel e a lembrança das alianças.

A barca anunciou a partida. Mais uma vez ela se repartia. Dividida partia com o desejo preso em um arquivo oculto na memória do computador...