segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Dores da rua...

Passava quarenta minutos da meia noite. Um casal escuro pela sujeira da rua arrastava um colchão de solteiro nas calçadas da cidade baixa. Alguns passos atrás, uma criança com pouco mais de cinco anos seguia sem vida e resignada, beirando os limites sombrios da última sombra q se projetava do enlouquecido casal.

Caminhavam sem rumo e sem ter as mãos dadas, o q dificultava a compreensão da criança. Um instante para cá. Logo em seguida para lá. Os dois esbravejam rancores sem dar conta das próprias dores. Queriam apenas encontrar um lugar onde pudessem sonhar.

Momentos depois despencaram como duas pedras suas perdas podres no abismo de uma realidade repleta de sobras. Cobertos pelas noticias e alguns trapos ocuparam o seu espaço à sombra da marquise. A princípio abraçados. Depois se deram as costas, com a criança soluçando entre eles.