
Entre as folhagens o pássaro se protege da chuva.
Cada gota cachoeira em seu corpo sem, contudo,
lavar desgostos nem limpar desilusões.
Na mesma água tenta saciar a sede e sossegar a emoção.
Aonde ir se o amor é cego e não tem morada?
Do q sorrir, se o sol não lhe seca as asas?
Sonhos afogados em lágrimas.
Pássaro solitário longe da ninhada
Pássaro sem passárgada, de asas molhadas
Solto no tempo, a sentir seu canto se perder
sem o brilho lúdico q um dia despertou auroras
Pássaro... Pássaro... Pássaro...
Sem passado e cansado de tanta chuva
Sem vontade de fugir e sem amor para cantar
O inquieto bico aflito rebusca
sonhos de uma primavera q suas asas não verão.
Lembranças na neblina da paisagem
Protegido tão somente no q lhe resta de folhagem
À espera do tempo incerto de prosseguir viagem
Sem vontade de seguir. Preso a temporais...