quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Osso caroço... Serpente Buñuel...



O mundo anda corcunda com tanta dialética e bundas cheias de bossas diarreicas. Um toque aqui, outro retoque ali,  mas ninguém preocupado em se limpar.

Faz-se festa até pelo q não presta. Até se exalta em samba a tentativa de retomada do território nacional. A  macacada enlouquecida aplaude e pede bis. Tropicália é o Haiti dançando funk. Tudo arrepia. Só não dá liga. Um bolero capenga de dois para lá e nenhum para cá.

O amor é cego. A justiça é cega. Só falta furar os olhos do ursinho blau blau...

Depois do cristo crucificaram a laranja. Melancias rebolam torto à esquerda. A liberdade é passaporte diplomático.

No carnaval é preciso manter o sorriso enfático. No camarote a vista engrossa ao ver sua fêmea passar atracada no pescoço suado da plebe. Já não comove o mate derramado.

“Ela me leva à loucura. Ela tem um sabor de aventura. Todos dizem: ela é demais...”

Para o bem da coletividade politicamente correta continuamos santos. Parafraseamos. Esperneamos. Escondemos as causas. Exploramos os danos. No final de cada ano, um tanto Nostradamus, nos damos às mãos e entoamos um lindo perdão pela falta de esperança.

- Ah! Mundo sem caroço!
Disse o homem na beira do poço. Perplexo com o próprio reflexo.

A moeda tem dois lados. A serpente duas cabeças.  Meninos armados até a múltipla potência tiram a tranqüilidade da nação.
De forma discreta a dama vive suas tramas e expõe seus dramas em álbuns e fantasias. Enquanto ela dança o mundo balança sua realidade absurdamente Buñuel.

 



Musica incidental: Meu Ursinho Blau Blau / Sérgio e Massadas