sábado, 19 de outubro de 2013

La Goulue... Bom-bocado e arrecifes...



Em ti floriu minha natureza mais generosa. Alma desgovernada amarrada a feixes de fetiches, bom-bocados atracados em teus arrecifes.

Debaixo dos véus vislumbrei meu tão esperado céu. Em tuas ancas dancei cirandas. Fiz miçangas com os anéis de teu saturno.

Viajante noturno. Poeta embriagado e sem bússola. Enxerguei-me no espelho q trazias escondido entre seios oferecidos no vistoso decote de tua blusa.

Assim te povoei e me levei por tudo o q via e pelo q apenas intuía. O q não morava na filosofia corria campo sem rima. No galope crioulo em galpões nativos. No fogo farto de égua fogosa. Nos versos de prosa parida na paixão.

Sem noção do exato ponto de partida, nem rota definida, dependurado em galhos, qual macaco demonizado, me enfiei em tuas mãos, com as minhas em tuas cumbucas.

Noites iluminadas por indecorosas propostas arranhadas em tuas costas. Noites expostas aos delitos. De olhar aflito enfeitiçado pelo aroma de tuas folhas de árvore frondosa.

Eras formosa como tudo q goza. No corpo, no botão em rosa, o ponto de fusão entre o masculino e o feminino. Inferno e paraíso. Afago rabiscado no guardanapo levado pelo vento. Punhal rasgando a poesia de uma canção em dois tempos.

Em tempo: Não havia casa. Não havia jardim. Havia vc em mim...






La Goulue. Apelido dado a Louise Weber, popular dançarina francesa de Cancan. Destacou-se entre as dançarinas por levantar as saias, deixando à mostra suas rendas íntimas. Tinha por hábito beber o conteúdo dos copos dos fregueses, o q lhe valeu o apelido de "gulosa".

Bebop é uma corrente do Jazz originária do Kansas, EUA. Sua melodia ágil e veloz se assemelha ao som produzido pela batida de martelos na construção de ferrovias.

No final, incidência musical de “Uma canção em dois tempos”, de Vital Farias. Compositor e trovador nascido em Pedra d'Água, município de Taperoá, estado da Paraíba.