terça-feira, 29 de outubro de 2013

Blindados querubins... Sangue e pudins...



Noites sem fim. Notas afins bailam plácidas em águas repletas de camurupins. Na mesma toada seguem os pássaros em feliz revoada. Batendo asas cantam loas na ribalta, sem levar em conta a mudança das ondas, nem de q forma elas sacodem o barco no mar.

Assim é a vida no entre e sai das salas de visita. Do por do sol do Guaíba aos desvios de rota no lago Paranoá. A aparente transparência da luz chega a cegar. O olhar não enxerga o q se apega debaixo dos tapetes, tantos são os fogos de artifícios riscando o ar.

De nada vale limpar os chacras em banhos de rio, se o futuro é tecido de fios sempre deixados pra lá. Por mais q se desdobre em dar ênfase ao efeito nobre, a copa não satisfaz a quem dá duro na cozinha. Talvez seja coisa minha. Mas, se quiser, pode perguntar para dona Carminha...

Tem casos sem jeito. Não tem fada madrinha ou vara de condão q faça o soluço passar. Sede q se sente bem rente, sem conseguir localizar. Por mais q tente, não se sabe como vai acabar.

O maior erro do jeitinho brasileiro é não se dar conta q uma mão nem sempre lava a outra. Dois pássaros voando, salvo engano, é sempre melhor q um sufocado na mão. Com tudo à mão é comum esquecer-se do vento q sopra na contramão.

Vendam-se os olhos aos aspectos genuínos para prestigiar os interesses consanguíneos. Subestimam os efeitos da marola. Ora bolas! Procura-se a solução sem a compreensão da extensão do q vem pela frente. É surpreendente o estado demente das conclusões.

Como prever o q reserva o lado oculto do rosto q espera, pacientemente, o outro tomar chá de ervas na imponderável noite de sangue e pudins...







Camurupim: praia do litoral sul do Rio Grande do Norte, formada por grandes arrecifes. Nome de origem tupi, q significa peixe pequeno. De coloração prateada e escamas grandes, o camurupim é comum na costa norte do Brasil.

Influência incidental da música “Sangue e pudins”, de Raimundo Fagner, cantor e compositor brasileiro.