quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Trilha sem trilhos... Pouso sem repouso...



A vida seguia sem comando de ‘pause’ ou chance de rebuscas. Em meio à tanta correria, notas de uma sinfonia perdida no tempo compunham sons nos ventos, bagunçando ainda mais os pensamentos. Sentia-se cansado. Quem sabe um tempo de descanso ajudaria a encontrar uma solução.

Sem outra saída o corpo desaba no chão. A cabeça presa aos trilhos ouve o ruído pesado do trem. Embora não fizesse mais importância, pensou se ele estaria indo ou vindo. Se chorava ou seguia sorrindo.

Como em uma pintura de Vicent, o volume e o cheiro da fumaça deixavam o ar entristecido. Se não fosse tão pesado poderia dizer q o céu e inferno se confundiam de um jeito lírico. O paraíso diluido nos sonhos deixava a tela outra vez em branco.

No entorno do umbigo o parasita, invisível e faminto, corroia o elo q o prendia às suas origens. A pedra abrupta na flor da pele evocava o calor da carícia suicida. Sublime entoar de pássaros em uma alvorada sublinhada pelas incessantes incertezas do destino.

Tarde demais. Tdo o q restara de consciência era descrito de forma desordenada, em contos e cânticos engasgados de fadas...





Um tempo se passou... Como? O tempo não passa. Ninguém é capaz de prever o q se passa na mente do soldado exaltado, nem onde beira o inconsciente do adolescente assassino. Um juiz não revê sua pena. Ainda q valha a pena.

Enquanto teóricos exibem estatísticas, a população aguarda a vez nos corredores de suas mortes. Com sorte encontrarão seus nomes n’alguma lista...

Schindler, onde estás q não respondes?