segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Eros uma vez...

Face ao dito refaço qto posso meu rito.
Só não comento o mal dito q não fito.

Se fidalgo não indago, irônico divago.
Conscientemente ouso grifos não declarados
no Eros confuso embutido no erudito.

Mesmo destoando deste vapor barato
sigo a toada sem tirar nem me opor
ao peso do andor sobre meus ombros.

Poeticamente afrouxo o cadarço
do sapato q insiste em irritar meu calo.

Calado atesto q tdo vale a pena
se a estética do fonema não for obscena.

Só não me peça para desenhar a cena.
Muito menos traduzir a medíocre
incompatibilidade humana.

Como único e último recurso
rebusco debaixo da cama os trapos
do rei corroídos pelo rato.

Deitada na cama a rainha ainda vive o drama
de não saber onde perdeu o camafeu.

Ligo o rádio. Segundo Cléo kuhn,
em meio à nuvens espartanas, a paisagem
mantém-se propícia à rimas e trovoadas.

Em suma: a vida, até, é engraçada.
O q me falta é vontade de sorrir...







Cléo Kuhn é o imprevisível homem do tempo da Rádio Gaucha