domingo, 20 de janeiro de 2013

Hare shabat... Cantoria domingueira...



Por ser de lá...

Sei mto bem meu lugar. Quem tem o calor do corpo batido no chão reconhece os gritos a alumiar os grilos na noite.

Encho os olhos d’água do mar q banha os braços da sereia estendidos na areia.

Seus dilemas. Seus poemas. Universos q completam a alma verso a tudo q não cala. Nada acalma a fúria presunçosa da concepção e da percepção desumana. 

Por ser de lá...

Sei do sabor do dobrado. Não me perco em papo furado. Sequer o tempo do olhar de lado.

Com insuspeito desembaraço me ofereço aos ritos. Trago o peito marcado, dois braços tatuados e um coração flechado por um misterioso pavão.

Por ser de lá...

Entendo um pouco do riscado. Em um pé de pau do roçado pendurei meu chapéu.

Nas cercanias nasce erva daninha, mas tbém a Rainha das cirandas. Nos abraços de mar as ondas se alastram, lançadas no espraiar.

Por ser de lá...

Não faço alvoroço. Nem antes e nem depois do almoço. Sei q esse mundo é cheio de caroço.

É osso. Mas respiro e gozo no dorso fogueado, sabor recheado de sonhos de amor.

E se o ‘doutô’ soubesse como o roçado floresce qdo rezo no cangote cheirando a flor, por certo respeitaria a natureza do ditado, aliás, ‘por demais’ apropriado, no caso: o q é do boi nem touro assanhado come. Tinhoso não lambe. Nem existe ‘homi’ ou cabra chifruda q balance o galho do roseiral.

Por ser de lá...

Faço da cantoria minha serventia. Não sou caboclo q espirra valentia, mas defendo a cria e meu quinhão.

E juro ‘mermão’, nem o anjo sabia q um dia largaria uma ilha de fantasias e me aventuraria, mundo a fora, nas rimas de uma mestra sem cerimônias...

Em tempo: muchas gracias Dominguinhos, pelos trilhos percorridos em suas cores acordeons...