segunda-feira, 21 de julho de 2014

Fantasmas sem ópera...



A noite é longa e cheia de labirintos.
Propícia a quem arrisca ter a alma saciada
e a carne contaminada de vida.
A noite é negra coberta no avesso do berço.

Antirreflexo do terço rogado em nós
dependurados no pescoço enforcado.
Lago oposto oculto no verso enigmático
rasgado pela falta de endereço.

O grande mistério da noite
é seu dom em desvendar segredos.
No infringir das regras se entrega
desgovernada no beijo sem culpa.

A noite é de quem lhe enxerga as penumbras.
De quem digere os medos e as dúvidas
na carne viva de seus fantasmas.
A noite tem suas emboscadas...