
Diante da lareira contava estrelas e bordava indecências perfumadas com alfazema. Debaixo das mantas os pampas de um decote aveludado arranhava os mamilos enfeitiçados.
Esquecida entre cobertas a caixa de sapatos mantinha o cheiro de couro.
Naquela noite sentou no sofá com a velha amiga entre suas pernas. Com a ponta dos dedos rascunhou sonhos, repetindo carinhos lembrou de si mesma.
Naquela noite sentou no sofá com a velha amiga entre suas pernas. Com a ponta dos dedos rascunhou sonhos, repetindo carinhos lembrou de si mesma.
Sobre a mesa um envelhecido Bourbon dialogava com Carpinejar. Sem pestanejar abriu a caixa e espalhou seu amor em danças de ciranda pelo tablado do teatro ainda às escuras.
Assim louvou aos deuses e abraçou fantasmas. Derramando taças nas paredes e gritos no umbigo misturou o sórdido e o amoroso. Com eles embriagou o tempo e fez conchinhas no ar.
- Ei-la! Ei-la!
Repetia com as mãos estendidas e alma perfurada pelo clarão de um lampião somente visto no seu olhar.
Depois voltou a dançar, lançando sorrisos como se fossem anzóis de pescar felicidade.
Repetia com as mãos estendidas e alma perfurada pelo clarão de um lampião somente visto no seu olhar.
Depois voltou a dançar, lançando sorrisos como se fossem anzóis de pescar felicidade.
Naquele dia só adormeceu qdo caiu na tarde...