quinta-feira, 2 de abril de 2015

Vinte e três e trinta e oito...




Há quem diga q o universo conspira antes, mto antes de qq recomeço.

Não desmereço, e reconheço: desde o começo repito o q me disse a história:

Era bem cedo. Bem comecinho de tarde. Amarrados por imaginários cordões umbilicais trocaram palavras como brincadeira de ioiô.

Brincaram mto. Brindaram tanto, mas tanto, q qdo deram conta da hora a hora virou. Pensando em despedida diante do entreposto beijaram-se na face direita do rosto. A caminho da outra face tocaram as línguas de passagem pela boca.

Ela sorriu marota no tanto q ele saboreou...

Na esquerda remexeram as cabeças. De remelexo em remelexo buscaram um jeito de se trocarem outra vez na boca.

Desta vez assuntaram-se bem mais. Muito mais devagar. Como um bem a vagar em trilhos sem direção.

Quanto mais se soltavam mais grudavam; mais dançavam com as línguas assanhadas. Alguns momentos na valsa. Em outros substancialmente salsa.

Nas águas de março esquentaram os corações...

Apertaram-se. Morderam-se. Capinaram arrepios pelo pescoço, percorrendo corredores, ligando interruptores.

Luzes acesas apalparam-se na bunda. Subiram costas enxergando-se resposta às propostas indecorosas do pensamento.

E um mundo mudo a girar contra os ventos...

Buscando o equilíbrio ela segurou firme no pau. Ele apalpou alegrias na buceta. Era pau. Era pedra. Era um corpo macio.

Era amor fodido...

Quando a noite chegou ela pegou o metrô. Ele continuou na estação, ouvindo a banda tocar coisas de amor...