quarta-feira, 22 de abril de 2015

O calendário...




No primeiro dia abriu cortinas
No seguinte manteve a rotina
No terceiro sentiu-se culpada
No quarto ficou calada
calhada em sonhos de menina.

No quinto tirou anéis e véus
No sexto redecorou a casa
Só não tocou nas cortinas.
No sétimo esqueceu pudores
Tirou da gaveta atrevimentos.

Por um curto espaço de tempo
Questionou o q seria o amor?
O q encarcerou? Aquele q se jogou?
Ou o q lhe encontrou desgovernada
Arrastada pelos pensamentos?

Sem tempo nem paciência
de esperar por respostas
trepou bem alto, no mais alto
do mais íntimo sentimento
e saltou...

Sem amarras sentiu-se amada
Sentido os vazios preenchidos
rendeu-se ao desvario
reconheceu-se no amasso desregrado
daquele inesperado amor varrido.

Quando a outra semana chegou
a encontrou diferente.
Nem crente nem descrente.
Sorrisos repartidos nos lábios
Metade ao léu. Metade indecente...