sexta-feira, 26 de junho de 2015

Onde sabiá faz curva...




Entre profano e espontâneo o corpo curvado deixava o peito colado às coxas aninhadas em conchinhas.

O brilho da carne gozada iluminava o sorriso hortelã adormecido no rosto. O rubro do ruge e resquícios da noite passada retinha o frescor do sonho vivido nas maçãs.

Sob isto havia mais q isso. Havia um prazer submisso nos flancos deixado em aberto, à espera do tiro certeiro do amor franco e atirador.

Sonhou... Sonhou... Sonhou...

Sem saber o q fazer de tanto amor, sonâmbula desafiou as ordens acatadas aos pés do santo e protetor.
Sem delongas. Sem fazer burburinho fez um buraquinho na gaiola e voou.

Voou... Voou... Voou...

Riscou o ar com os bicos dos peitos eretos. Rastejou no espelho do mar inquieto com as incertezas de seu coração incompleto.

Arribaçã à procura da anunciação, a mercê da arrebentação...







Costura fundamental na música “Sabiá lá na gaiola”, de Hervé Cordovil e Mário Vieira.

Arribaçã, de arribação, substantivo feminino avoante...