segunda-feira, 15 de junho de 2015

Maktub cucurrucucu...




Atravessados na cama masturbavam-se a quatro mãos.

Noite passada haviam comemorado bodas d’alma nas margens libidinosas da lagoa.

E ainda comemoravam...

Nus em duos sincronizados descreviam no céu das bocas o q lhes ocorria de correr nas veias.

Um no outro. Um e outro em um e outro descobriam o mágico do q até então era apenas ideia de colosso.

Falanges, falanginhas e falangetas compunham entrelaçadas operetas com impressionante disposição harmônica. Na trama em q se haviam sabiam q não havia vivalma à toa. Nada destoa qdo um voa no outro.

Maktub mon amour!
Soletre sorvete com a sede na ponta da língua
Curta! Cutuque o verso com saia curta
Dê mostras das curvas na lomba...
Cucurrucucu maktub paloma!
A vida é extremamente curta
e a estrada intimamente longa...

Desde noite passada festejavam bodas. Com toda a pompa rasgaram o q haviam escrito com suas filosofias anãs.

Assim, cada vez mais atravessados, transportavam-se da cama ao lago, transformados sapo rei e rainha rã... 








Maktub é uma palavra árabe q significa "estava escrito" ou "tinha que acontecer".