domingo, 29 de dezembro de 2013

Ponta de unha... Cachaça brejeira...



Quando tomou a rasteira acreditava ser mestre na capoeira. Com instinto escaldado, no pulo do gato saltou de lado.

Do outro lado beijou a lona e a rama com ternura brejeira.

Apesar da aparência não havia zona de desconforto. Ali a atriz não se valia de ardis para compor suas máscaras. No máximo disfarçava, nas curvas, a exposição exagerada de algumas carnes a mais. E nada mais. Nada demais para quem sabia lidar com o movimento das dunas.

No mais costumava jogar runas, mas, por via das dúvidas, perfumava os atalhos de suas linhas costeiras.

Sem prescrições draconianas desatou, com a ponta das unhas, os nós e fricotes dependurados no decote de seu vestido surrado.

Não entendia nada de Kant ou discorria sobre teorias freudianas, mas sabia ser sacana como ninguém.

Seu único segredo era interpretar a si mesma...