terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Linha às avessas... Estilhaços de baião...



Caminhava sobre pedras arremessadas.
Sabia q o silêncio além de não levar a nada
abria a vala onde enterrava a outra face.
Justo a q faltava para a moeda rodopiar
no cimento armado, lépida, por inteira.

No girar do carrossel senhorinhas faceiras
montavam dóceis cavalinhos estáticos.
Quem fugisse à regra era posto de lado
como reza o costume barrado no baile
que antecedia o domingo dedicado ao Senhor.

Por todo lado ecoava sons de estilhaço.
Vitrines protegidas por tapumes escondiam
os rastros de ternura amordaçadas na esquina.
Um misto quente ardendo goela a dentro.
Um suco de fúrias a liquidificar a dor.

Longe das vitrines se oferecia em cultos
devotados ao oculto devasso e embriagador.
Contrariando o roteiro grudado no espelho
enfiou as mãos no decote e tocou os seios.
Pela primeira vez o silencio se revelava mortal.

No dia seguinte as vitrines continuavam arrumadas.
Do mesmo jeito as pedras seguiam sendo atiradas.
No inferno não se repara no corte do terno
ou nas adequadas linhas pinçadas no tailleur...

Naquela noite quebrou a travessa de arroz doce...