sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Pele tâmara... Olhar rouxinol...



Até aonde a vista alcança estávamos em agosto. No alto de uma quarta-feira q se despedia do rigoroso inverno de 2010, um sol tímido sobrevoava chaminés de lareiras e pesadas mantas estendidas no arame farpado.

Nas copas alvoroçadas das árvores, colibris e pintassilgos anunciavam o final de tarde. A exemplo de outros anos, salvo merecidos enganos, com o passar dos dias àquela hora do dia cobria o riacho de cores tâmaras.

Rastros delineados em seus relevos despertavam desejos. Lábios entreabertos debatiam-se desconexos, a espera de uma primavera de perfume incomum, lascivo, parido entre pétalas.

Altivos bicos de seios despontavam de auréolas de leve tom marrom. O doce de sua fruta. A carne exibida na boca graúda. Aguda. A falsa inocência não fazia ciência de tamanha devoção.

Composição q se fez e se refez, dia após dia, se repetiria nas trilhas sonoras de eufóricas auroras em orgasmos orbitais. Uma canção acompanhada de debochadas badaladas de sinos tocava as retinas apaixonadas do olhar rouxinol.

Regidos pela lua, q não tardaria a nascer, seguiram a esmo os sinais q vinham das ruas. Por um longo tempo prosseguiram pássaros em seus volteios, até perderem-se de vista nas rimas de um horizonte ainda sem nome. Em nome do qual sabiam não mais cabiam em si.

Seguiram em si bemol...