Debaixo dos lençóis Carla grunhe em sonhos de um amor em chamas.
Debaixo da cama sapatilhas descansam o andar dedicado à prima dona.
Debaixo da cama sapatilhas descansam o andar dedicado à prima dona.
A febre sacana cospe na face a lógica da lhama. Em guarda aguarda a tapa. De soslaio oferece o sorriso e o dorso. De um jeito peculiar, igualmente primoroso, se faz montaria. Braços estendidos em cordéis de famintos se autoproclama rainha das ramas.
Com voz trêmula se expõe à prova. Desafia-se em venturosas romarias. Suas carnes moídas confessam pecados.
“Esquecerei as lágrimas e dançarei. Queria que aquela época abençoada tivesse sido mais longa do que foi.”
Em clarins desperta poesias. Algumas dedica às estrelas q espiam sua nudez na janela.
Em um estranho dialeto - q diz ser mandarim - a boca da noite lhe suga o corpo. Estremecida esquece os percalços e, de pés descalços, me chama.
Em um estranho dialeto - q diz ser mandarim - a boca da noite lhe suga o corpo. Estremecida esquece os percalços e, de pés descalços, me chama.
Debaixo dos lençóis Carla afina a voz e os anzóis em q sangra...
Trecho incidental da canção “Afternoon”, de Carla Bruni, cantora e compositora franco-italiana.