Face ao dito refaço qto posso meu rito.
Só não comento o mal dito q não fito.
Se fidalgo não indago, irônico divago.
Conscientemente ouso grifos não declarados
no Eros confuso embutido no erudito.
Mesmo destoando deste vapor barato
sigo a toada sem tirar nem me opor
ao peso do andor sobre meus ombros.
Poeticamente afrouxo o cadarço
do sapato q insiste em irritar meu calo.
Calado atesto q tdo vale a pena
se a estética do fonema não for obscena.
Só não me peça para desenhar a cena.
Muito menos traduzir a medíocre
incompatibilidade humana.
Como único e último recurso
rebusco debaixo da cama
os trapos
do rei corroídos pelo rato.
Deitada na cama a rainha ainda vive o drama
de não saber onde perdeu o camafeu.
Ligo o rádio. Segundo Cléo kuhn,
em meio à nuvens espartanas, a paisagem
mantém-se propícia à rimas e trovoadas.
Em suma: a vida, até, é engraçada.
O q me falta é vontade de sorrir...
Cléo Kuhn é o imprevisível homem do tempo da Rádio Gaucha