
Cinco e quinze da matina. No céu ainda nublavam resquícios da noite. Teimosa ela pensava na matilha dispersa no largo de seus sonhos.
No primeiro instante de distração dos deuses saltou sobre o muro e caminhou pelas ruas com seu jeito androide e o salvador olhar Dali.
Determinada derrubou estátuas com a fúria de outros tempos. Arremessou mágoas de encontro às vidraças. Ainda teve garra de arriscar sua cara. Com unhas e dentes pichou paredes na sala dos grandes atos.
No q ouviu desagravos e desacatos subiu no telhado e recitou Bocage...
Um asteroide de corpo em brasa quebra os vidros da janela e me arrasta cosmonauta em seu rastro de dálias.
Na gravidade de seu colorido vestido alcanço o vácuo e apalpo o rabo oferecido. A evolução segue seu batuque.
A revolução é feita em silencio, com toques sutis de harpa...
A revolução é feita em silencio, com toques sutis de harpa...
Quando o eclipse nos revela no emaranhado de valsas, ela ergue os braços com meu corpo grudado em seus passos.
Ela dança no ventre. Toco marimbas em sua vagina...
Ela dança no ventre. Toco marimbas em sua vagina...
Os sinos tocam o vazio da poesia. Um repique quase surdo marca a batida no tambor.
A cuíca chora de felicidade. A menina dos olhos dá cambalhotas pelas retinas.
A cuíca chora de felicidade. A menina dos olhos dá cambalhotas pelas retinas.
Viver era um livro inacabado deixado no capacho da porta entreaberta...
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